Psicólogo Jonathan Haidt destaca impacto da tecnologia na saúde mental de crianças e adolescentes em evento da Fundação Lemann

Especialista americano alerta para os riscos do uso precoce de smartphones e defende políticas públicas para proteger jovens no ambiente digital

Na manhã do dia 20 de maio de 2025, o psicólogo social norte-americano Jonathan Haidt participou de um importante evento realizado pela Fundação Lemann, em São Paulo, para discutir os efeitos da tecnologia na infância e adolescência. O encontro, articulado pela deputada federal Marina Helou, integrante da Rede de Líderes da Fundação desde 2018, reuniu parlamentares, gestores públicos, jornalistas, influenciadores e especialistas para debater os desafios e soluções relacionados ao uso de dispositivos digitais por crianças e jovens.

Haidt, autor do livro “A Geração Ansiosa – Como a infância hiperconectada está causando uma epidemia de transtornos mentais”, apresentou dados preocupantes sobre o aumento de casos de depressão, autolesão e suicídio entre adolescentes, fenômeno que, segundo ele, está diretamente ligado à transformação da infância em uma fase marcada pela solidão e excesso de telas. O psicólogo ressaltou que, além dos danos físicos como obesidade e insônia, a maior perda é a capacidade de manter a atenção, o que impacta diretamente o desempenho escolar.

“O Brasil acertou ao proibir o uso de celulares nas escolas e foi um dos pioneiros a implementar essa norma nacionalmente”, afirmou Haidt, destacando que a queda na aprendizagem dos jovens não começou com a pandemia de Covid-19, mas já vinha desde 2012, quando os smartphones se popularizaram. Ele enfatizou que os efeitos do ambiente digital são especialmente prejudiciais para alunos mais vulneráveis, que se distraem com facilidade e passam grande parte do tempo em jogos eletrônicos.

Durante o debate, mediado por Marina Helou, foram sugeridas quatro orientações para mitigar os impactos da tecnologia entre crianças e adolescentes: permitir o uso de smartphones somente a partir dos 14 anos; o acesso às redes sociais a partir dos 16 anos; manter as escolas livres de celulares; e incentivar mais independência, brincadeiras livres e responsabilidades no mundo real. Haidt também mencionou iniciativas como o Movimento Desconecta, no Brasil, e o Let Grow, nos Estados Unidos, que promovem essas práticas.

Denis Mizne, CEO da Fundação Lemann, abriu o evento destacando a importância de uma ação coletiva que envolva famílias, academia, sociedade civil, parlamentares e gestores públicos para enfrentar os prejuízos causados pelo uso excessivo da internet entre os jovens. A Fundação Lemann, desde 2002, atua para fortalecer a educação pública e apoiar lideranças comprometidas com a transformação social, focando em alfabetização adequada, recomposição das aprendizagens com equidade racial e desenvolvimento de políticas educacionais eficazes.

Este evento reforça a urgência de políticas públicas e ações integradas para proteger a saúde mental das novas gerações, colocando crianças e adolescentes no centro das preocupações sociais e educacionais.

Conteúdo produzido com base em informações da assessoria de imprensa da Fundação Lemann.

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