Educação digital e diálogo: a chave para proteger crianças e adolescentes no mundo online
Entenda como a comunicação aberta e a responsabilidade coletiva são essenciais para garantir a segurança dos jovens na internet
Com 93% da população brasileira entre 9 e 17 anos conectada à internet, o ambiente digital tornou-se parte integrante da vida das crianças e adolescentes. No entanto, essa presença massiva também expõe os jovens a riscos reais, como conteúdos inadequados e situações ofensivas. Segundo dados da pesquisa TIC Kids Online 2024, 29% dos jovens nessa faixa etária já vivenciaram experiências desagradáveis na internet, enquanto apenas 8% dos responsáveis acreditam que seus filhos enfrentam esses problemas. Essa discrepância revela um desafio urgente: a necessidade de fortalecer o diálogo e a educação digital para proteger as crianças e adolescentes no uso das tecnologias.
A comunicação entre gerações é fundamental para a segurança online. Apenas 42% dos adolescentes que passaram por situações ofensivas na internet compartilharam essas experiências com um adulto de confiança, como pais, responsáveis ou professores. Muitos preferem falar com amigos ou não contar a ninguém, o que dificulta a identificação e o enfrentamento dessas situações. Para a analista do Centro Marista de Defesa da Infância (CMDI), Cecília Landarin, “a violência online é tão real quanto a offline, com impactos psicológicos e sociais profundos, especialmente quando não há espaços seguros para acolhimento e escuta”.
Nesse cenário, a campanha Defenda-se, do CMDI, se destaca como uma importante iniciativa de educação digital. Com 15 vídeos educativos, a campanha aborda temas como autodefesa, segurança online e a importância de pedir ajuda. Os conteúdos são acessíveis e voltados para crianças entre 4 e 12 anos, além de oferecer materiais para educadores e adultos de confiança. A campanha reforça que a proteção não deve ser responsabilidade exclusiva dos pais, mas um compromisso coletivo que envolve governos, empresas de tecnologia e a sociedade.
A especialista Cecília Landarin destaca que “a construção de vínculos de confiança é mais eficaz do que o controle parental excessivo”. É fundamental que as crianças aprendam que podem contar com adultos para expressar dúvidas e sentimentos sem medo de retaliação. Além disso, é urgente a criação de políticas públicas que priorizem a educação digital, considerando o poder dos algoritmos que muitas vezes expõem os jovens a conteúdos violentos e inadequados.
Para ajudar na proteção dos jovens, seguem algumas dicas práticas: estabelecer combinados claros sobre o uso da internet, manter um diálogo aberto e sem julgamentos, respeitar a privacidade acompanhando o uso das tecnologias, ensinar noções básicas de segurança digital e incentivar a busca por ajuda sempre que necessário. Também é importante priorizar momentos offline em família e utilizar materiais educativos confiáveis, como os vídeos da campanha Defenda-se.
A educação digital, aliada ao diálogo e à responsabilidade coletiva, é o caminho para preparar crianças e adolescentes para navegar no mundo online com consciência e segurança. Afinal, proteger os jovens é um compromisso de todos nós.
Este conteúdo foi elaborado com base em informações da assessoria de imprensa do Centro Marista de Defesa da Infância (CMDI) e dados oficiais da pesquisa TIC Kids Online 2024.