Guarda compartilhada cresce no Brasil e revoluciona a dinâmica familiar, aponta IBGE
Em 10 anos, guarda exclusiva da mãe cai pela metade enquanto pais assumem papel mais ativo na criação dos filhos após separação
Um levantamento recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado em 16 de maio de 2025, revela uma mudança significativa no cenário das relações familiares no Brasil: a guarda compartilhada dos filhos em casos de divórcio mais do que quintuplicou na última década. Segundo os dados, em 2023, 42,3% dos casos adotaram esse modelo, contra apenas 7,9% em 2014. Paralelamente, a guarda exclusiva concedida às mães caiu de 85,1% para 45,5% no mesmo período.
Esses números, fornecidos pela assessoria de imprensa do IBGE, refletem não apenas uma alteração legal, mas também uma transformação cultural profunda. A advogada Ariadne Maranhão, especialista em Direito das Famílias e Sucessões, explica que a Lei 13.058/2014, que tornou a guarda compartilhada a regra mesmo sem consenso entre os pais, foi um marco para essa evolução. “A guarda compartilhada não é apenas um arranjo jurídico, ela representa uma mudança de mentalidade. Hoje, temos mais pais reivindicando judicialmente o direito de participar ativamente da vida dos filhos”, afirma Ariadne.
Além da divisão do tempo com as crianças, a guarda compartilhada implica na tomada conjunta de decisões importantes, como escolha da escola, tratamentos médicos e atividades extracurriculares. Esse modelo exige diálogo, maturidade e, sobretudo, foco no bem-estar da criança, destaca a advogada. Segundo o IBGE, mais da metade dos divórcios registrados em 2023 (52,3%) envolveram casais com filhos menores, o que reforça a necessidade de modelos que promovam a corresponsabilidade parental.
A queda da guarda exclusiva da mãe também sinaliza uma desconstrução de estigmas e estereótipos tradicionais. “Ainda temos um caminho a percorrer, mas esse movimento revela uma sociedade em transição, que começa a enxergar a paternidade de forma mais ativa e responsável”, conclui Ariadne Maranhão, que possui mais de 20 anos de experiência na área e é referência em Planejamento Patrimonial, Mediação Familiar e Direito das Sucessões.
Os dados do IBGE, aliados à análise da especialista, indicam um novo cenário nas relações familiares brasileiras, onde aspectos legais e culturais caminham juntos para promover maior equilíbrio e corresponsabilidade entre mães e pais após a separação. Essa transformação é fundamental para garantir o desenvolvimento saudável das crianças e fortalecer os vínculos familiares mesmo diante dos desafios do divórcio.
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