Longevidade em alta: por que o futuro financeiro dos brasileiros depende da previdência complementar

Com a população envelhecendo rapidamente, especialistas alertam para a urgência de planejamento financeiro e educação previdenciária no Brasil

Com base em dados da assessoria de imprensa da CNseg, o Brasil enfrenta um desafio crescente: o envelhecimento acelerado da população exige uma nova visão sobre o futuro financeiro dos brasileiros. Durante o painel “A importância do engajamento institucional e da visão de longo prazo nos planos de caráter previdenciário”, realizado no dia 12 de maio, em Brasília, especialistas e representantes do governo discutiram como a previdência complementar pode ser a chave para garantir dignidade e segurança às próximas gerações.

O país já não é mais jovem, conforme destacou Narlon Gutierre Nogueira, do Ministério da Previdência Social. O envelhecimento populacional, aliado à redução das taxas de natalidade e ao aumento da informalidade no mercado de trabalho, torna o modelo tradicional de vida — estudar, trabalhar e se aposentar — obsoleto. Hoje, é necessário um ciclo mais fluido, com múltiplas fases de estudo e trabalho, o que demanda investimentos contínuos em produtividade, saúde e qualificação.

Um dado alarmante apresentado no evento foi o gasto de R$ 240 bilhões em apostas nas plataformas de “bets” em 2024, mais que o dobro do valor investido em seguros de vida e automóvel. Ângela Assis, presidente da Brasilprev e vice-presidente da FenaPrevi, ressaltou que, embora 65% dos brasileiros reconheçam a importância de se preparar financeiramente para o futuro, a maioria ainda não consegue poupar. Ela destacou que o imediatismo e a busca por ganhos rápidos acabam prejudicando o planejamento de longo prazo. “Se alguém gasta R$ 3 mil por ano em apostas, poderia aplicar R$ 250 por mês em um plano de previdência e garantir um complemento de renda no futuro”, afirmou.

Paulo Miller, analista técnico da Susep, reforçou que a previdência complementar, especialmente a aberta, é uma alternativa fundamental para trabalhadores informais e autônomos, que muitas vezes ficam à margem da previdência pública. No entanto, ele apontou que a falta de educação previdenciária e comunicação acessível dificulta a adesão da população. Por isso, iniciativas que promovam o ensino sobre previdência desde a educação básica são essenciais para mudar essa realidade.

Alcinei Rodrigues, da Previc, trouxe à tona a necessidade de modernizar os planos fechados de previdência, que hoje acumulam cerca de R$ 1,3 trilhão em reservas. Com a maior rotatividade no mercado de trabalho, é preciso criar planos mais simples e flexíveis para evitar quedas na renda dos aposentados.

O painel concluiu que, para enfrentar os desafios da longevidade, o Brasil precisa abandonar a visão de país jovem e adotar uma cultura previdenciária baseada em planejamento, inovação e engajamento institucional. Pequenos investimentos mensais, mesmo a partir de R$ 50, podem fazer a diferença, especialmente se houver incentivos para que empresas também contribuam com a aposentadoria de seus funcionários.

Preparar-se para viver mais é uma urgência que deve ser encarada com responsabilidade e informação. A previdência complementar surge, assim, como uma ferramenta indispensável para garantir qualidade de vida e segurança financeira no futuro.

Para mais informações sobre o setor de seguros e previdência, acompanhe os canais oficiais da CNseg e fique por dentro das novidades que impactam a vida dos brasileiros.

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