Divaldo Franco: adeus ao maior filantropo espírita do Brasil
Médium baiano deixa a Mansão do Caminho como farol de amor que acolhe 5 mil pessoas diariamente
Quem foi Divaldo Franco
O médium e educador social Divaldo Pereira Franco morreu em Salvador às 21h45 de 13 de maio de 2025, aos 98 anos, em decorrência de falência múltipla dos órgãos após lutar contra um câncer de bexiga diagnosticado no fim de 2024. Natural de Feira de Santana (BA), ele concentrou 78 anos de dedicação ao Espiritismo, realizando mais de 20 mil conferências em 71 países e publicando cerca de 250 livros psicografados, cujos direitos autorais foram integralmente destinados a obras sociais.
O velório, aberto ao público, ocorreu no ginásio da Mansão do Caminho em 14 de maio, das 9h às 20h, reunindo admiradores de todo o país. Por desejo expresso do médium, o sepultamento será simples, com caixão fechado, no Cemitério Bosque da Paz na manhã de 15 de maio. O Senado Federal prestou um minuto de silêncio em sessão plenária no mesmo dia 14, destacando sua defesa da paz e da infância.
Mansão do Caminho: 72 anos de acolhimento
Fundada em 15 de agosto de 1952 por Divaldo e o amigo Nilson de Souza Pereira, a Mansão do Caminho nasceu como braço social do Centro Espírita Caminho da Redenção para receber crianças órfãs ou abandonadas. Hoje o complexo tem 44 edificações distribuídas em 78 mil m² no bairro Pau da Lima, Salvador.
Principais serviços:
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Educação – creche, jardim, ensino fundamental e médio, somando quase 2 mil alunos
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Saúde integral – centro médico com diversas especialidades e laboratório próprio
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Assistência social – distribuição diária de cestas básicas, enxovais e quatro refeições para aproximadamente 1 mil crianças
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Cursos profissionalizantes e cultura – artes, informática e oficinas de cidadania para jovens e adultos
No total, mais de 5 mil pessoas passam pelos corredores da Mansão a cada dia em busca de suporte educacional, médico e alimentar.
Continuidade do legado
A direção da instituição suspendeu as atividades até 15 de maio para luto, mas confirmou que todos os programas sociais serão retomados na semana seguinte, geridos por equipe técnica e cerca de 1 500 voluntários que já conduziam o dia a dia da obra Mansão do Caminho. Especialistas em políticas públicas apontam a Mansão como referência humanista no Nordeste, comparável em impacto às Obras Sociais Irmã Dulce, por aliar educação, saúde e espiritualidade num mesmo campus .
“A partir de agora, quem garante a perenidade da Mansão é a comunidade que ele formou”, resume nota de pesar divulgada pelo conselho diretor.
Por que esse legado importa
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Impacto real: sete décadas de acolhimento já alcançaram mais de 700 ex-moradores, hoje profissionais formados que chamam Divaldo de “pai” Mansão do Caminho.
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Modelo replicável: integração de educação, saúde e assistência inspira iniciativas filantrópicas em todo o país Mansão do Caminho.
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Missão em expansão: doações de direitos autorais e conferências continuam financiando projetos mesmo após o falecimento.
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Divaldo Franco partiu, mas sua “semeadura de estrelas” continua brilhando na Mansão do Caminho — e a luz dessa obra segue guiando quem mais precisa.