Câncer de Esôfago: Refluxo, Tabagismo, Obesidade e Álcool São os Principais Fatores de Risco

Entenda como hábitos e prevenção podem reduzir os casos dessa doença que atinge principalmente homens no Brasil e na América Latina

Dados recentes da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), baseados em informações da base Globocan da Agência Internacional para Pesquisa do Câncer (IARC/OMS), destacam que o câncer de esôfago tem como principais causas o refluxo gastroesofágico, tabagismo, obesidade e consumo excessivo de álcool (etilismo). Além desses fatores, o hábito de ingerir líquidos muito quentes e a baixa ingestão de frutas e vegetais também contribuem para o desenvolvimento da doença.

No Brasil, o câncer de esôfago é quase três vezes mais comum entre homens do que mulheres. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2025, estima-se o diagnóstico de 8.200 novos casos em homens e 2.790 em mulheres. Mundialmente, a incidência também é maior no sexo masculino, com 365 mil casos anuais contra 145 mil em mulheres.

A SBCO alerta que o Brasil apresenta a maior incidência absoluta de câncer de esôfago na América Latina, embora esteja em quinto lugar em prevalência, com 5,1 casos para cada 100 mil habitantes. Já o Uruguai, país que recentemente perdeu o ex-presidente José “Pepe” Mujica, diagnosticado com a doença em 2024, ocupa a segunda maior prevalência na região, com 8,1 casos para cada 100 mil habitantes, apesar de sua população ser quase quatro vezes menor que a da cidade de São Paulo.

O câncer de esôfago surge pela transformação descontrolada das células do órgão, geralmente associada à irritação crônica causada por fatores como tabagismo, obesidade, etilismo, refluxo gastroesofágico e consumo de bebidas muito quentes. O histórico de esôfago de Barrett, uma condição pré-cancerosa, também aumenta o risco.

A prevenção é fundamental para reduzir os casos futuros, que, segundo projeções da IARC/OMS, podem aumentar 80% até 2050, saltando dos atuais 511 mil para 922 mil casos anuais no mundo. O presidente da SBCO, cirurgião oncológico Rodrigo Nascimento Pinheiro, reforça que evitar o tabaco em todas as suas formas, manter uma dieta rica em frutas e vegetais, controlar o peso e tratar o refluxo são medidas essenciais. O consumo de álcool deve ser moderado, respeitando o limite de até um drinque por dia para mulheres e dois para homens, conforme estudos indicam.

O tratamento do câncer de esôfago depende do estágio da doença e pode incluir cirurgia, quimioterapia e radioterapia. A cirurgia, chamada esofagectomia, pode ser realizada por técnicas convencionais ou minimamente invasivas, com recuperação mais rápida e menor risco de complicações. Após a retirada do esôfago, o estômago é elevado para conectar-se à garganta, permitindo a passagem dos alimentos.

Os sintomas iniciais são pouco evidentes, mas sinais como dificuldade para engolir, perda de peso inexplicada, dor no peito, azia persistente, tosse ou rouquidão devem motivar consulta médica imediata. O diagnóstico envolve exames como endoscopia, biópsia e exames de imagem para avaliar a extensão da doença.

A SBCO reforça a importância do diagnóstico precoce para aumentar as chances de sobrevida, que pode chegar a quase 50% em cinco anos para casos detectados nas fases iniciais. A conscientização e o combate aos fatores de risco são essenciais para diminuir a mortalidade e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Este conteúdo foi elaborado com base em informações da assessoria de imprensa da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO). Para mais informações, os porta-vozes da SBCO estão disponíveis para entrevistas.

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