Novas Fronteiras no Tratamento do Parkinson: Ultrassom Focalizado e Produodopa Chegam ao Brasil
Tecnologias inovadoras prometem melhorar a qualidade de vida e ampliar as opções terapêuticas para pacientes com Parkinson no país
O tratamento da doença de Parkinson no Brasil está passando por uma verdadeira revolução com a introdução do ultrassom focalizado e da produodopa, duas tecnologias que ampliam as possibilidades terapêuticas e oferecem esperança para pacientes que buscam maior autonomia e qualidade de vida.
O ultrassom focalizado (FUS) é uma técnica inovadora e minimamente invasiva que permite a realização de uma intervenção cirúrgica sem cortes. Por meio de ondas sonoras de alta intensidade, um transdutor direciona o ultrassom a uma área milimétrica do cérebro, elevando a temperatura local para destruir com precisão um núcleo neuronal responsável pelos tremores. Essa abordagem é especialmente indicada para pacientes com tremor essencial predominante em um dos lados do corpo, incluindo alguns casos de Parkinson em que o tremor é o sintoma mais intenso em um hemisfério cerebral.
Segundo o neurocirurgião funcional Dr. Marcelo Valadares, da Unicamp, o ultrassom focalizado proporciona alívio quase imediato dos tremores, com riscos mínimos e recuperação rápida. “A redução do tremor, principalmente quando afeta o lado dominante do corpo, melhora significativamente a coordenação motora e a autonomia do paciente”, explica. Apesar de ser uma lesão permanente, o procedimento pode trazer benefícios duradouros e é uma alternativa para aqueles que não podem ou não desejam se submeter à cirurgia de neuromodulação tradicional.
Além do ultrassom focalizado, a produodopa surge como uma inovação promissora no tratamento medicamentoso do Parkinson. Trata-se de uma nova formulação da levodopa, principal medicamento para a doença, que será administrada por meio de uma bomba subcutânea, dispensando procedimentos invasivos como a gastrostomia. A infusão contínua ao longo de 24 horas mantém níveis estáveis do medicamento na corrente sanguínea, reduzindo as oscilações motoras comuns nas fases avançadas da doença.
Dr. Valadares destaca que a produodopa pode prolongar a “janela terapêutica” — período em que o paciente responde bem à medicação — e proporcionar maior estabilidade motora e independência. A expectativa é que a Anvisa aprove a produção e distribuição da produodopa ainda em 2025, ampliando o acesso a essa alternativa menos invasiva para pacientes que não suportam cirurgias mais complexas.
Paralelamente, a estimulação cerebral profunda (DBS) continua sendo um tratamento consolidado e em constante aprimoramento para o Parkinson em estágios avançados. A DBS é especialmente eficaz para controlar sintomas motores como rigidez, tremores e lentificação, além de permitir ajustes personalizados ao longo do tempo. Embora envolva cirurgia e implante de dispositivo, permanece como a principal opção para muitos pacientes, promovendo reinserção social e melhor qualidade de vida.
Cada uma dessas terapias — ultrassom focalizado, produodopa e DBS — tem seu papel específico no manejo da doença, oferecendo alternativas que vão desde procedimentos menos invasivos até tratamentos mais complexos e abrangentes. A ampliação do acesso a essas tecnologias é fundamental para que um número maior de pacientes possa se beneficiar das inovações e recuperar sua autonomia.
Com o avanço dessas opções terapêuticas, o futuro do tratamento do Parkinson no Brasil se mostra mais promissor, alinhando tecnologia, ciência e cuidado humanizado para melhorar a vida de quem convive com essa condição.
Para saber mais sobre o trabalho do Dr. Marcelo Valadares e as novidades no tratamento do Parkinson, acompanhe:
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