Luto Perinatal: Como Enfrentar a Dor da Perda e Encontrar Apoio

Entenda o que é o luto perinatal, como ele afeta as famílias e as melhores formas de acolhimento e superação nesse momento delicado

Perder um bebê durante a gestação ou pouco depois do nascimento é uma experiência dolorosa e complexa, que vai muito além da ausência física. O luto perinatal envolve a interrupção de sonhos, planos e expectativas, e muitas vezes é marcado pelo silêncio e pela falta de compreensão ao redor. Casos recentes, como os da apresentadora Tati Machado e da atriz Micheli Machado, trouxeram visibilidade a essa realidade, mostrando a importância de falar sobre o tema e buscar apoio adequado.

Segundo a psicóloga perinatal Rafaela Schiavo, fundadora do Instituto MaterOnline, o luto perinatal não se resume à perda do bebê em si, mas também inclui perdas simbólicas, como o luto pelo sexo desejado, pelo parto planejado que não aconteceu ou pelas dificuldades na amamentação. Essas experiências emocionais precisam ser acolhidas com sensibilidade.

Cada pessoa vive o luto de maneira única. Para alguns, o processo pode durar semanas; para outros, meses ou até mais tempo. Não existe um prazo certo para superar essa dor, mas é fundamental ficar atento a sinais que indiquem a necessidade de ajuda profissional, como tristeza intensa que atrapalha o dia a dia, isolamento prolongado ou pensamentos de desesperança. Psicólogos especializados podem oferecer suporte emocional e ajudar a lidar com esse momento.

Uma forma importante de enfrentar o luto é permitir-se sentir todas as emoções, sem repressão. Guardar lembranças do bebê, como fotos, roupas ou objetos, pode transformar a dor em algo significativo e ajudar na construção da memória afetiva. Além disso, participar de grupos de apoio e buscar acompanhamento psicológico são passos essenciais para a superação.

Hospitais que adotam práticas humanizadas também fazem grande diferença. Permitir que os pais vejam e segurem o bebê, oferecer recordações como fotos ou a marca do pezinho, e proporcionar um ambiente acolhedor são atitudes que ajudam a dar sentido à despedida. Em alguns países, como a Inglaterra, berços refrigerados permitem que os pais passem mais tempo com o bebê antes do sepultamento, o que contribui para o processo de luto.

É importante destacar que o pai também sente a perda e precisa ser incluído no processo de luto. Muitas vezes, ele é pressionado a ser “forte” para apoiar a parceira, mas também necessita de espaço para expressar sua dor. O apoio mútuo fortalece o casal e facilita a superação.

Além da perda física, existem outros tipos de luto no período perinatal, como o impacto de um diagnóstico inesperado, a frustração por não conseguir amamentar ou a descoberta de que o sexo do bebê não era o esperado. Essas situações também geram sofrimento e merecem acolhimento.

Por fim, é fundamental evitar frases que minimizem a dor, como “foi melhor assim” ou “Deus quis dessa forma”, pois elas invalidam os sentimentos das famílias. O que realmente ajuda é oferecer escuta atenta, empatia e respeito ao tempo de cada um.

Falar sobre o luto perinatal é essencial para romper tabus, validar o sofrimento e incentivar práticas mais humanas e acolhedoras. Se você está passando por essa situação, saiba que não está sozinha e que buscar ajuda é um ato de cuidado e amor.

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