Esclerose Múltipla: Por que 7 em cada 10 pacientes são mulheres e o impacto na saúde reprodutiva
Entenda a prevalência da doença, seus sintomas, e a importância do cuidado integrado entre neurologia e medicina reprodutiva no mês de conscientização da EM
A esclerose múltipla (EM) é uma doença neurológica crônica e autoimune que afeta principalmente jovens adultos, com destaque para as mulheres. Dados da Federação Internacional de Esclerose Múltipla (MSIF) revelam que cerca de 7 em cada 10 pacientes diagnosticados com EM são mulheres, o que sugere um papel importante dos hormônios no desenvolvimento da doença. Atualmente, estima-se que 2,8 milhões de pessoas em todo o mundo convivam com essa condição, que corresponde a aproximadamente 1 em cada 3.000 indivíduos globalmente.
O diagnóstico da esclerose múltipla geralmente ocorre entre os 20 e 40 anos, período que coincide com a fase reprodutiva da vida, embora a doença possa surgir em qualquer idade, inclusive em crianças. A EM é caracterizada por um processo inflamatório que danifica a mielina — a camada protetora das fibras nervosas no sistema nervoso central — prejudicando a comunicação entre o cérebro, a medula espinhal e o restante do corpo. Isso resulta em uma variedade de sintomas, sendo a fadiga um dos mais comuns, além de alterações motoras e cognitivas.
Embora ainda não exista cura para a esclerose múltipla, tratamentos disponíveis podem modificar o curso da doença e controlar muitos sintomas. É importante destacar que a EM não é contagiosa nem infecciosa, e sua origem está relacionada a uma combinação de fatores genéticos e ambientais, como infecções virais, tabagismo, deficiência de vitamina D e até a localização geográfica, com maior prevalência em regiões distantes do Equador.
Um aspecto pouco discutido, porém fundamental, é o impacto da EM na saúde reprodutiva. Apesar de a doença não causar infertilidade diretamente, seus tratamentos — que incluem imunomoduladores e imunossupressores — e o estresse psicológico associado podem afetar a função hormonal e gonadal, influenciando planos de gravidez. Por isso, especialistas recomendam uma abordagem multidisciplinar que integre neurologia, endocrinologia e medicina reprodutiva para garantir o melhor cuidado possível.
O laboratório Igenomix, do Vitrolife Group, destaca a importância do aconselhamento genético e da criopreservação de óvulos, espermatozoides e embriões antes do início de tratamentos agressivos, permitindo que pacientes com EM preservem suas opções reprodutivas e possam planejar a gestação com mais segurança. Larissa Antunes, coordenadora do aconselhamento genético do laboratório, reforça que “a fertilidade precisa ser compreendida como parte do cuidado integral em doenças autoimunes, olhando para o futuro e o bem-estar dos pacientes”.
O mês de maio é dedicado à conscientização da esclerose múltipla, com o Dia Mundial da EM celebrado em 30 de maio. Essa data reforça a importância do diagnóstico precoce, do tratamento multidisciplinar e do suporte emocional para melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas. Além disso, a integração entre neurologistas, especialistas em fertilidade e laboratórios de apoio é essencial para decisões seguras e alinhadas com os objetivos pessoais dos pacientes.
Para saber mais sobre a esclerose múltipla, seus sintomas, tratamentos e cuidados reprodutivos, consulte fontes confiáveis como a Federação Internacional de Esclerose Múltipla (MSIF) e associações especializadas. O conhecimento e a conscientização são ferramentas poderosas para enfrentar essa doença que, embora desafiadora, pode ser gerenciada com o suporte adequado.