Solidão na jornada da maternidade: os desafios emocionais das mulheres que tentam engravidar

Psicóloga Josefa Ferreira analisa como a pressão social e a ansiedade impactam a saúde mental das "tentantes", especialmente em datas como o Dia das Mães

A aproximação do Dia das Mães traz à tona uma realidade pouco discutida: a solidão de mulheres que desejam engravidar, mas enfrentam dificuldades nessa jornada. Seja por métodos naturais ou tratamentos médicos, o caminho até a maternidade pode ser marcado por ansiedade, angústia e um silêncio social que intensifica o sofrimento. A psicóloga Josefa Ferreira, Coordenadora do Núcleo de Sexualidade da Holiste Psiquiatria, alerta para os impactos emocionais desse processo, muitas vezes invisibilizado pela idealização da maternidade.

Pressão social e estigmas: um peso duplo
Embora a sociedade tenha avançado na desconstrução da obrigatoriedade da maternidade, persiste a ideia de que engravidar é um processo simples. “Quando o desejo existe, mas a realização não vem, as mulheres enfrentam cobranças externas e internas. Comentários como ‘você deveria ter tentado antes’ ou ‘mude de médico’ reforçam a culpa e a sensação de fracasso”, explica Josefa. Essas pressões, somadas à ansiedade do ciclo menstrual e aos tratamentos invasivos, podem desencadear quadros de depressão e isolamento.

A profissional destaca que redes sociais têm sido aliadas nesse contexto. Influenciadoras e atrizes que compartilham suas experiências como “tentantes” criam espaços de acolhimento, mostrando que a jornada não precisa ser solitária. “Essas iniciativas quebram tabus e ajudam mulheres a se reconhecerem em histórias similares”, complementa.

Saúde mental: um pilar negligenciado
Muitos casais subestimam o desgaste emocional envolvido na tentativa de engravidar. A psicóloga reforça que o apoio profissional é essencial para lidar com frustrações e medos. “A terapia ajuda a gerenciar expectativas, trabalhar a autoestima e fortalecer a resiliência emocional”, afirma. Além disso, a rede de apoio familiar e do parceiro é crucial para dividir o peso das cobranças.

Josefa ressalta, ainda, a importância de manter outros pilares da vida ativos: “Não se deve abandonar carreira, hobbies ou relacionamentos. Equilíbrio é chave para não transformar o desejo da maternidade em uma obsessão”.

Caminhos para o acolhimento
A especialista finaliza com orientações práticas:
1. Evite comparações: cada corpo e processo são únicos;
2. Estabeleça limites: não hesite em cortar comentários invasivos;
3. Busque grupos de apoio: presencialmente ou online;
4. Inclua o parceiro: compartilhar emoções fortalece a relação;
5. Priorize o autocuidado: meditação, exercícios leves e terapia.

Com 25 anos de atuação em saúde mental, a Holiste Psiquiatria oferece suporte multidisciplinar para mulheres nessa jornada. Mais informações estão disponíveis no site [www.holiste.com.br](http://www.holiste.com.br).

*Neste Dia das Mães, lembrar-se de quem ainda sonha com o positivo é um gesto de empatia. A maternidade começa no cuidado consigo mesma.*

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