Nova NR-1 e saúde mental: empresas ganham prazo, mas precisam agir agora

Adiamento de multas até 2026 não deve ser visto como folga, mas como chance para estruturar mudanças culturais, alertam especialistas

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O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) adiou para maio de 2026 a aplicação de multas relacionadas à inclusão dos fatores de risco psicossociais na NR-1, norma que atualiza o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO). Apesar do prazo estendido, especialistas reforçam que as empresas devem usar este período para implementar ações concretas em prol da saúde mental no ambiente corporativo.

O que muda com a nova NR-1
A partir de 26 de maio de 2025, fatores como sobrecarga de trabalho, assédio moral, pressão por metas irreais e falta de canais de escuta passam a ser formalmente reconhecidos como riscos ocupacionais. Durante o primeiro ano, a fiscalização será educativa, mas, a partir de 2026, as organizações estarão sujeitas a sanções caso não cumpram as exigências.

Luis González, CEO da Vidalink, destaca a importância estratégica da norma: *”Isso muda tudo: o cuidado com a saúde mental deixa de ser opcional e passa a ser uma responsabilidade legal. Empresas que se anteciparem terão vantagem competitiva, reduzindo turnover e aumentando a produtividade.”*

Como se preparar
Erica Siu, CEO da Caliandra Saúde Mental, explica que o período de adaptação deve ser usado para:
– Mapear riscos psicossociais específicos de cada setor;
– Capacitar lideranças para identificar sinais de desgaste emocional;
– Criar políticas de escuta ativa e canais de denúncia seguros;
– Integrar ações de saúde mental ao planejamento estratégico.

Impacto além da conformidade
Além de evitar multas, a adequação à NR-1 pode transformar culturas organizacionais. Estudos mostram que ambientes psicologicamente seguros elevam em até 30% o engajamento dos colaboradores. *”Não se trata apenas de cumprir a lei, mas de humanizar as relações de trabalho”,* complementa González.

Com o apoio de documentos como o *Guia de Informações sobre Fatores de Riscos Psicossociais* do MTE, as empresas têm agora um caminho claro para iniciar essa jornada. O momento é de ação – quem esperar pelo prazo final pode perder oportunidades valiosas de crescimento e inovação.

*Fontes: Vidalink e Caliandra Saúde Mental*

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