Condenações Judiciais Reforçam a Importância do Monitoramento de Medicamentos Termolábeis
Falhas na cadeia fria podem comprometer a saúde dos pacientes e gerar responsabilização legal, alertam especialistas
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A integridade de medicamentos termolábeis — como insulinas, vacinas e hormônios — depende do rigoroso controle da cadeia fria, com temperaturas entre 2°C e 8°C. Recentes condenações judiciais evidenciam que falhas nesse processo não só prejudicam a saúde dos pacientes, mas também expõem empresas a multas e danos reputacionais.
Regulamentação e Riscos
A RDC 430 da Anvisa estabelece normas obrigatórias para o transporte e armazenamento desses medicamentos. Desvios térmicos podem inutilizar princípios ativos, transformando tratamentos em riscos à saúde. Um caso emblemático ocorreu em março de 2025, quando a Receita Federal apreendeu 59 canetas de Tirzepatida (Mounjaro), medicamento para diabetes, no aeroporto de Confins (MG), devido a condições inadequadas de transporte.
Impacto Jurídico e Soluções Tecnológicas
Empresas já enfrentam ações judiciais por descumprimento da RDC 430. Em decisão do TJ-DF, uma distribuidora foi condenada por falhas logísticas que afetaram pacientes. “A tecnologia é essencial para evitar esses cenários”, afirma Luiz Renato Hauly, CEO da Pharmalog S.A., empresa especializada em logística farmacêutica. A companhia investe em sistemas de monitoramento em tempo real, capazes de detectar desvios e garantir a rastreabilidade desde a produção até o destino final.
Proteção ao Paciente e à Saúde Pública
“Medicamentos mal conservados podem agravar doenças ou até causar novas complicações”, alerta Hauly. Além dos prejuízos à saúde, as falhas geram custos extras para o sistema e perdas financeiras para as empresas. A adoção de plataformas digitais com inteligência analítica, como as desenvolvidas pela Pharmalog, surge como alternativa para equilibrar conformidade regulatória e segurança do paciente.
Com a justiça punindo negligências, o setor farmacêutico precisa priorizar a cadeia fria — não apenas como exigência legal, mas como compromisso ético com quem depende desses medicamentos para viver com qualidade.