Uso de medicamentos reguladores de apetite cresce no Brasil, aponta pesquisa
Estudo revela que 3% dos brasileiros já utilizaram fármacos à base de GLP-1, com impactos positivos nos hábitos alimentares pós-tratamento
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Uma pesquisa recente da Bain & Company, a *Consumer Pulse*, revelou que aproximadamente 3% dos brasileiros já utilizaram medicamentos reguladores de apetite à base de agonistas do receptor GLP-1, como semaglutida e liraglutida. O estudo, realizado em janeiro de 2025 com 2 mil entrevistados no Brasil e 7,5 mil na América Latina, aponta que o uso desses fármacos está se tornando mais comum, seguindo uma tendência global. Nos EUA, por exemplo, 5% da população adulta já adota esses tratamentos, com projeção de alcançar 9% até 2029.
### Impactos durante e após o tratamento
Durante o uso dos medicamentos, 71% dos usuários relataram comer menos por refeição, enquanto 51% passaram a fazer menos refeições diárias. Além disso, 35% aumentaram a prática de exercícios físicos, e 23% reduziram o consumo de álcool. O dado mais surpreendente, porém, veio dos pacientes que interromperam o tratamento: 45% mantiveram uma dieta mais saudável, e 30% continuaram se exercitando regularmente.
### Mudanças comportamentais duradouras
A pesquisa destacou que, embora parte dos hábitos saudáveis se perca após o fim do tratamento, como a redução no tamanho das refeições (que cai de 71% para 43%), muitas mudanças permanecem significativas. Por exemplo:
– 43% seguem fazendo menos refeições;
– 30% mantêm uma rotina ativa;
– 19% continuam consumindo menos álcool.
Esses resultados sugerem que, além do efeito farmacológico, os medicamentos podem servir como um catalisador para mudanças positivas no estilo de vida.
### Perfil dos usuários e contexto brasileiro
A adoção desses fármacos no Brasil ainda é menor que nos EUA, mas reflete um crescimento impulsionado pela busca de soluções para obesidade e sobrepeso. A Bain & Company segmentou os dados por faixa etária e renda, mostrando que o perfil dos usuários varia conforme acesso a informações e condições financeiras.
Enquanto o debate sobre o uso desses medicamentos segue aquecido, a pesquisa reforça a importância de acompanhamento médico e da adoção de hábitos sustentáveis para resultados duradouros. Para quem considera esse tipo de tratamento, a mensagem é clara: a medicação pode ajudar, mas a consciência alimentar e a atividade física são fundamentais para manter os benefícios a longo prazo.