Prescrição Digital no SUS: Como a Tecnologia Está Revolucionando a Saúde Pública
Da burocracia ao prontuário eletrônico, entenda os avanços e desafios da digitalização no maior sistema público de saúde do Brasil
O:
A digitalização do Sistema Único de Saúde (SUS) está transformando a realidade de milhões de brasileiros. Com a implementação da prescrição digital, médicos, pacientes e gestores públicos começam a colher os frutos de um sistema mais ágil e seguro. No entanto, apesar dos avanços, ainda há um longo caminho a percorrer para que a tecnologia seja uma realidade em todo o país.
Do Papel ao Digital: Os Desafios da Transição
Atualmente, cerca de 80% das prescrições no SUS ainda são feitas em papel, um processo que gera burocracia, erros de interpretação e atrasos na liberação de medicamentos, especialmente os de alto custo. O Programa SUS Digital, lançado em 2024 com um investimento de R$ 454 milhões, busca mudar esse cenário, conectando unidades de saúde por meio de prontuários eletrônicos e plataformas integradas. No entanto, apenas 19% das macro-regiões brasileiras estão plenamente integradas à Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), mostrando que a digitalização ainda é desigual.
Benefícios para Pacientes e Profissionais
A prescrição digital reduz drasticamente a necessidade de formulários físicos e deslocamentos desnecessários, agilizando o acesso a tratamentos. Um exemplo é o prontuário eletrônico AGH-USE, adotado na Bahia, que permite o compartilhamento de informações entre Unidades Básicas de Saúde (UBS) e hospitais, melhorando a continuidade do atendimento. Para os médicos, a mudança significa menos tempo preenchendo papéis e mais foco no paciente, além de reduzir riscos de erros em receitas manuscritas.
O Caminho a Seguir
Países como Canadá e Reino Unido já colhem os frutos da prescrição digital, com menos erros médicos e gestão mais eficiente de medicamentos. No Brasil, o próximo passo inclui o uso de inteligência artificial para análise de dados, mas especialistas alertam para a necessidade de regulamentações robustas e investimento em cibersegurança.
A revolução digital no SUS já começou, mas seu sucesso depende de uma implementação que alcance desde grandes centros até regiões remotas. A tecnologia não deve ser um privilégio, mas uma ferramenta para tornar a saúde pública mais acessível e eficiente para todos.