Parkinson vai além dos tremores: neurocirurgião da Unicamp alerta para sintomas subestimados
Dr. Marcelo Valadares explica os desafios da doença e os avanços no tratamento, incluindo estimulação cerebral profunda
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A Doença de Parkinson é frequentemente associada aos tremores, mas seus impactos vão muito além dos sintomas motores. No Mês de Conscientização sobre o Parkinson, o neurocirurgião Dr. Marcelo Valadares, pesquisador da Unicamp, destaca sinais pouco discutidos que afetam a qualidade de vida dos pacientes, como fadiga intensa, dores crônicas, alterações cognitivas e até constipação intestinal.
Sintomas invisíveis, impactos reais
Segundo o especialista, muitos pacientes enfrentam dificuldades como quedas de pressão, problemas de fala e postura, que muitas vezes são confundidos com outras condições. “A avaliação clínica não pode se limitar aos tremores. Sintomas não motores são igualmente debilitantes e exigem atenção”, afirma. A depressão, por exemplo, atinge cerca de 50% dos pacientes, com 20% desenvolvendo quadros graves.
Tratamento multidisciplinar e avanços
O Dr. Valadares ressalta a importância de uma abordagem integrada, incluindo fisioterapia, fonoaudiologia e suporte psicológico. Entre os avanços, destaca-se a Estimulação Cerebral Profunda (DBS), técnica que pode melhorar significativamente a qualidade de vida. No entanto, o acesso a esses tratamentos ainda é desigual no Brasil, especialmente em cidades menores.
Desafios no Brasil
Falta de medicamentos, infraestrutura inadequada e barreiras urbanísticas são obstáculos frequentes. “Muitos pacientes perdem autonomia por falta de adaptações simples, como calçadas acessíveis”, alerta o médico. Apesar de avanços como a isenção do IR para aposentados, políticas públicas mais eficientes são urgentes.
Inclusão e empatia
O neurocirurgião enfatiza a necessidade de uma sociedade mais inclusiva: “O Parkinson não define a pessoa. Com compreensão e suporte adequado, é possível manter uma vida ativa e digna”.
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*Fontes: Organização Mundial da Saúde (OMS), Biblioteca Virtual em Saúde e estudos publicados no National Center for Biotechnology Information (NCBI).*