Papa Francisco e a Revolução da Escuta: Uma Liderança que Transforma
Como a humildade e a atenção aos marginalizados redefiniram o pontificado e inspiraram o mundo
O:
Desde que assumiu o papado em 2013, o Papa Francisco surpreendeu o mundo ao substituir a pompa tradicional do Vaticano por uma liderança marcada por simplicidade e proximidade. No artigo *”Papa Francisco: o serviço pela escuta”*, o Defensor Público Federal André Naves analisa como essa postura revolucionária — centrada na escuta ativa e no diálogo com os excluídos — se tornou não apenas um método pastoral, mas um legado de transformação social.
Uma teologia encarnada nas margens
Francisco não chegou ao trono de Pedro com respostas prontas. Sua trajetória, forjada nas periferias de Buenos Aires, moldou uma visão de Igreja que valoriza o clamor dos invisíveis. Como destaca Naves, o pontífice “sujou os pés no barro da realidade” para aprender com favelados, refugiados e indígenas. Em vez de impor soluções, perguntava: *”O que vocês precisam?”*. Essa abordagem desmontou hierarquias e revelou o protagonismo dos marginalizados na construção de uma sociedade mais justa.
Escuta como ato político e espiritual
As viagens do Papa ilustram seu compromisso com a *”cultura do encontro”*. De Manguinhos no Rio de Janeiro a campos de refugiados na Europa, Francisco escolheu locais onde a dor humana é mais crua. Sua frase emblemática — *”basta colocar água no feijão”* — sintetiza a valorização da solidariedade cotidiana como antídoto à exclusão. Nas encíclicas *Laudato Si’* e *Fratelli Tutti*, essa escuta se traduz em reflexões sobre ecologia, fraternidade e economia que não mata, sempre em tom de convite ao diálogo.
Um legado para além da Igreja
André Naves ressalta que a escuta praticada por Francisco é um *”chamado à conversão das consciências”*. Ao ouvir os pobres não como vítimas, mas como sujeitos de direitos, o Papa redefine a liderança: não se trata de exercer poder, mas de servir com amor concreto. Seu exemplo desafia instituições e indivíduos a repensarem práticas excludentes, mostrando que a verdadeira transformação nasce quando caminhamos juntos.
*Artigo originalmente escrito por André Naves, Defensor Público Federal e especialista em Direitos Humanos. Foto: Arquivo pessoal.*