Mulheres no poder: Transformação ou repetição de padrões?
Viviane Gago reflete sobre os desafios e paradoxos da liderança feminina em um mundo ainda marcado pelo patriarcado
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No Dia Internacional da Mulher, celebramos conquistas, mas também nos questionamos: quando alcançamos posições de poder, estamos de fato rompendo paradigmas ou reproduzindo estruturas ultrapassadas? Viviane Gago, advogada e especialista em desenvolvimento humano, traz uma reflexão urgente sobre os dilemas da liderança feminina em um artigo exclusivo.
### A dualidade da ascensão profissional
Muitas mulheres, ao buscarem ascensão no mercado de trabalho, adotam comportamentos tradicionalmente associados ao masculino, como competitividade excessiva e frieza emocional. No entanto, qualidades como empatia, sensibilidade e colaboração — frequentemente reprimidas nesse processo — são justamente as que poderiam transformar ambientes corporativos em espaços mais saudáveis e produtivos.
Gago questiona: “Será que estamos trocando nossa essência por uma vaga em um sistema que precisa ser repensado?” A verdadeira mudança, segundo ela, não está na imitação de modelos masculinos, mas na capacidade de integrar habilidades únicas femininas à liderança.
### Do enfrentamento ao autoconhecimento
O artigo traça um panorama das fases vividas por muitas profissionais: desde a “masculinização” inicial até o engajamento em movimentos feministas e, finalmente, a compreensão de que a transformação começa pelo autorreconhecimento. “Precisamos abandonar a síndrome da impostora e entender que nosso valor não depende da aprovação de estruturas patriarcais”, defende a autora.
### Dados que revelam desafios
Embora haja avanços — como o estudo da Bain & Company que aponta o dobro de mulheres CEOs em cinco anos (de 3% em 2019 para 6% em 2024) —, a desigualdade persiste. A McKinsey & Company reforça que empresas com liderança feminina tendem a ser mais lucrativas, comprovando o valor da diversidade.
### Além do mercado de trabalho
A pressão sobre as mulheres não se limita ao ambiente corporativo. Uma pesquisa da Universidade de York alerta para os impactos das redes sociais na autoestima feminina, mostrando como a exposição a padrões irreais de beleza afeta a saúde mental.
### O chamado para uma liderança diferente
Gago conclui com um convite: “Que aqueles no topo — homens ou mulheres — liderem com responsabilidade coletiva, valorizando diferenças como trunfos”. Citando Clarice Lispector, ela reforça: “Cada pessoa é um mundo”, e é nessa diversidade que reside a força para construir um futuro mais justo.
Leia o artigo completo e reflita: qual papel você deseja desempenhar nessa transformação?
*Por Viviane Gago, advogada e especialista em desenvolvimento humano. Texto original disponível no site da autora.*