Mortes maternas por hipertensão no Brasil: um alerta para a saúde da mulher
Dados revelam que 18% das mortes maternas são causadas por complicações hipertensivas; especialista destaca a importância do pré-natal
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Um estudo recente da UNICAMP trouxe um dado alarmante: entre 2012 e 2023, quase 21 mil mulheres morreram durante a gravidez, parto ou puerpério no Brasil. Desse total, 3.721 óbitos (18%) foram causados por complicações da hipertensão, como pré-eclâmpsia e eclâmpsia. A taxa de mortalidade materna no país chegou a 61,8 a cada 100 mil nascimentos — número abaixo do limite da OMS (70), mas ainda distante da realidade de nações desenvolvidas, onde a média varia de 2 a 5 casos.
Por que a hipertensão é tão perigosa na gestação?
A Dra. Camila Martin, ginecologista e obstetra especializada pela FEBRASGO, explica que condições como a pré-eclâmpsia podem evoluir rapidamente, colocando em risco a vida da mãe e do bebê. “Sintomas como pressão alta, inchaço excessivo e dor de cabeça forte devem ser investigados imediatamente. O diagnóstico precoce e o acompanhamento rigoroso no pré-natal são fundamentais para evitar desfechos trágicos”, afirma.
Desigualdades e desafios
Apesar de evitáveis, essas complicações persistem devido a falhas no acesso a serviços de saúde, especialmente em regiões carentes. A falta de orientação sobre sinais de alerta e a demora no atendimento emergencial também agravam o cenário. “Muitas mulheres não reconhecem os sintomas ou chegam tarde aos hospitais”, alerta a Dra. Camila.
Como reduzir os riscos?
– Pré-natal desde o primeiro trimestre: Consultas regulares permitem monitorar a pressão arterial e identificar alterações.
– Alimentação balanceada e exercícios: Controlar o peso e reduzir o sódio ajuda a prevenir a hipertensão.
– Atenção aos sintomas: Visão turva, dor abdominal e diminuição da urina exigem ação imediata.
O Brasil avançou, mas ainda há um longo caminho para garantir a segurança das gestantes. A conscientização e a qualificação dos profissionais de saúde são passos essenciais para mudar essa realidade.
*Para entrevistas com a Dra. Camila Martin, entre em contato com a Medellin Comunicação.*