Estudo derruba mitos: homens e mulheres têm igual capacidade de liderança
Pesquisa global revela que diferenças de gênero na gestão são mitos culturais, não científicos
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Uma pesquisa recente da Hogan Assessments, baseada em dados de mais de 25 mil executivos globais, desmonta estereótipos persistentes sobre liderança feminina. O estudo demonstra que não existem diferenças significativas entre homens e mulheres em características como ambição, tomada de decisão, resiliência ao estresse ou visão estratégica – competências tradicionalmente usadas para justificar a sub-representação feminina em cargos de comando.
### Mitos vs. Dados Científicos
A análise focou em seis crenças recorrentes:
1. Ambição: Escalas do Inventário Hogan de Personalidade (HPI) comprovam que executivas têm níveis idênticos aos dos homens.
2. Tomada de risco: Mulheres são tão decisivas e propensas a assumir riscos quanto seus pares masculinos.
3. Liderança natural: Traços como sociabilidade e prudência são igualmente distribuídos entre os gêneros.
4. Estereótipos masculinos: Dominância não é vantagem – excesso de assertividade prejudica ambos igualmente.
5. Resistência ao estresse: Nenhuma diferença foi encontrada em contextos de alta pressão.
6. Inovação e estratégia: Capacidades idênticas, com apenas uma leve variação (mulheres são um pouco menos curiosas, mas sem impacto no desempenho).
### Discrepância no Mercado
Apesar dos resultados, os números mostram um abismo: no Brasil, apenas 39% dos cargos gerenciais são ocupados por mulheres (IBGE, 2022), mesmo elas representando 53,3% da força de trabalho e tendo escolaridade superior à masculina. Globalmente, só 33,5% das posições sênior são femininas (Grant Thornton, 2023).
Roberto Santos, da Ateliê RH, destaca: *”Barreiras culturais, não competência, limitam o acesso das mulheres à liderança. Este estudo é um alerta para abandonarmos preconceitos que travam a equidade.”*
### Por que isso importa?
Organizações que perpetuam mitos perdem talentos e diversidade de pensamento. A pesquisa reforça a urgência de políticas inclusivas baseadas em evidências – não em vieses inconscientes. Enquanto discursos como o de Zuckerberg sobre “energia masculina” ecoam, dados científicos provam: liderança não tem gênero.
*Com informações da Hogan Assessments e Ateliê RH.*