Educação em saúde no Brasil: a urgência de um novo olhar sobre planos e seguros

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No Brasil, ter um plano de saúde é quase um ritual de passagem para a vida adulta, mas entender como ele funciona parece ser um mistério para a maioria dos 50 milhões de beneficiários. Dados da ANS revelam um cenário preocupante: em 2024, as operadoras projetam gastar R$ 6,8 bilhões com ações judiciais, muitas delas relacionadas a negativas de cobertura que poderiam ser evitadas com informação clara.

O abismo entre contrato e compreensão
Assinar um plano de saúde no país ainda é um ato de fé. Termos como coparticipação, rede referenciada e sinistralidade são desconhecidos por grande parte dos consumidores, que firmam contratos sem entender direitos básicos ou as regras de reajuste. “A educação precisa ser vista como pilar, não como diferencial”, alerta Leandro Giroldo, CEO da Lemmo Corretora, destacando que a complexidade do setor exige capacitação contínua.

O problema não se limita aos usuários. Corretores, gestores de RH e até profissionais da saúde enfrentam lacunas de conhecimento em um mercado que muda rapidamente, mas mantém estruturas educacionais defasadas. O resultado? Um ciclo de desentendimentos, judicialização e desperdício de recursos.

Tecnologia como aliada da transformação
A saída, segundo especialistas, está em repensar a educação como eixo central. Plataformas interativas, jornadas de onboarding para novos beneficiários e capacitação em linguagem acessível podem virar o jogo. A tecnologia já permite personalizar informações e alertar sobre direitos em tempo real — o desafio é fazer com que operadoras e lideranças priorizem essa mudança.

Enquanto o acesso à saúde segue no topo das preocupações nacionais, educar surge como a revolução mais urgente. Não se trata apenas de explicar cláusulas contratuais, mas de construir um sistema onde todos saibam como usar, exigir e valorizar o que é seu por direito. Afinal, saúde se faz com prevenção — e isso começa pelo conhecimento.

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