Câncer em jovens: estudo revela aumento alarmante de 80% nos casos

Pesquisa global alerta para crescimento acelerado de tumores em menores de 50 anos, com destaque para mama, próstata e traqueia

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Um estudo publicado na renomada revista *BMJ Oncology* trouxe um alerta preocupante: o diagnóstico de câncer em pessoas com menos de 50 anos aumentou 79% nas últimas três décadas, atingindo a marca de 1,8 milhão de casos em 2019. A pesquisa, que analisou dados de 204 países, revelou que os tumores de mama foram os mais frequentes, mas os de traqueia e próstata apresentaram o crescimento mais acelerado nessa faixa etária.

Panorama global e desafios no Brasil
O cenário é especialmente crítico em países em desenvolvimento, como o Brasil, onde o acesso a diagnósticos precoces e tratamentos ainda enfrenta barreiras socioeconômicas. De acordo com o Dr. Carlos Gil Ferreira, diretor médico da Oncoclínicas&Co, a falta de políticas públicas eficientes e a desinformação agravam o problema. “A detecção precoce é a chave para reduzir mortes e custos humanos”, afirma.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que a incidência global de câncer pode saltar de 20 milhões (2022) para 35 milhões de casos até 2050 – um aumento de 77%. Em 2019, mais de 1 milhão de jovens morreram devido à doença, número 28% maior que em 1990.

Fatores de risco e desigualdades regionais
A pesquisa destacou diferenças regionais significativas. Em nações de baixa e média renda, como o Brasil, o impacto foi maior entre mulheres, possivelmente devido à dificuldade de acesso a exames preventivos, como mamografias e vacinas contra o HPV. “Além da genética e do estilo de vida, fatores socioeconômicos determinam sobrevivência”, explica o Dr. Carlos Gil.

No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima 704 mil novos casos anuais entre 2023 e 2025, com destaque para tumores de pele não melanoma, mama e próstata. Hábitos como tabagismo e dietas inadequadas também elevam os riscos de câncer de pulmão e intestino.

A importância da prevenção
Especialistas reforçam a necessidade de conscientização e investimento em saúde pública. “Exames de rotina e acompanhamento médico são essenciais para melhorar prognósticos”, ressalta o médico. Com terapias avançadas e diagnósticos precoces, as chances de cura aumentam significativamente.

Enquanto os números seguem em ascensão, a mensagem é clara: informação e acesso a cuidados salvam vidas. Para enfrentar esse desafio, é urgente unir esforços individuais, médicos e governamentais.

*Fontes: BMJ Oncology, OMS, Inca e Oncoclínicas&Co.*

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