Especialistas propõem novos critérios para diagnóstico da obesidade: além do IMC

Nova abordagem sugere categorias "clínica" e "pré-clínica" para um tratamento mais eficaz e personalizado

O Índice de Massa Corporal (IMC) tem sido amplamente utilizado como principal ferramenta para diagnosticar a obesidade. No entanto, especialistas internacionais estão propondo uma reformulação nesse método, argumentando que o IMC, por si só, não captura de forma precisa os riscos à saúde associados ao excesso de gordura corporal.

Uma comissão global, apoiada por diversas organizações médicas, sugere a introdução de duas novas categorias diagnósticas: obesidade “clínica” e “pré-clínica”. A obesidade clínica seria caracterizada pela presença de complicações metabólicas ou físicas decorrentes do excesso de gordura, enquanto a pré-clínica indicaria indivíduos com excesso de gordura, mas sem manifestações clínicas evidentes.

Essa abordagem visa proporcionar um diagnóstico mais preciso, permitindo que os profissionais de saúde identifiquem quais pacientes necessitam de intervenções mais intensivas. Além disso, propõe-se a utilização de medidas complementares ao IMC, como a relação cintura-altura e avaliações de composição corporal, para uma avaliação mais abrangente do estado de saúde do indivíduo.

No Brasil, entidades como a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso) estão analisando essas propostas para adaptá-las à realidade nacional. A adoção de critérios mais detalhados pode auxiliar na elaboração de políticas públicas mais eficazes e no desenvolvimento de estratégias de tratamento personalizadas, melhorando a qualidade de vida dos pacientes.

Embora a implementação dessas mudanças possa representar desafios, como a necessidade de treinamento adicional para profissionais de saúde e possíveis custos associados a novos métodos diagnósticos, os especialistas acreditam que os benefícios superam as dificuldades. Um diagnóstico mais preciso pode levar a tratamentos mais eficazes, reduzindo complicações associadas à obesidade e, consequentemente, diminuindo os gastos com saúde a longo prazo.

Essa iniciativa reflete uma compreensão mais profunda da obesidade, reconhecendo-a não apenas como uma questão de peso corporal, mas como uma condição complexa que requer abordagens multifacetadas para prevenção e tratamento eficazes.

fonte: G1

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