Operação Leite Compen$ado 13: O Retorno do “Alquimista” e o Combate a Fraudes no Setor Lácteo

Quase 12 anos após o início da Operação Leite Compen$ado, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) deflagrou sua 13ª etapa, trazendo à tona mais um capítulo na luta contra fraudes no setor lácteo. Desta vez, a ofensiva ocorreu em uma indústria localizada em Taquara, no Vale do Paranhana, onde foram identificadas práticas criminosas graves, como a adição de soda cáustica, água oxigenada e outros produtos nocivos em derivados do leite. A operação, batizada de Leite Compen$ado 13, resultou em quatro prisões preventivas e 16 mandados de busca e apreensão.

Um Velho Conhecido Retorna à Cena

Entre os presos está o químico industrial conhecido como “Alquimista”, figura central em escândalos anteriores, como na 5ª fase da operação, em 2014. Apesar de medidas cautelares impostas pela Justiça, o químico continuava atuando no setor, aprimorando táticas para burlar fiscalizações. Segundo o promotor de Justiça Mauro Rockenbach, a recorrência do “Alquimista” demonstra falhas no cumprimento de penas e medidas preventivas, além de um aumento na sofisticação das fraudes.

Impactos e Novas Descobertas

As irregularidades não se limitaram ao leite UHT. Foram encontrados problemas também em leite em pó, soro de leite e compostos lácteos, que incluíam até o reprocessamento de produtos vencidos. “Além de adulterarem fórmulas, os responsáveis aprimoraram práticas criminosas para dificultar a detecção, utilizando termos como ‘vitamina’ e ‘receita’ como códigos”, explicou o promotor Alcindo Luz Bastos da Silva Filho. Substâncias como a soda cáustica, usada para ajustar o pH do leite, tornam os produtos um risco grave à saúde pública.

Histórico da Operação

Desde 2013, a Operação Leite Compen$ado já revelou esquemas complexos de adulteração no setor lácteo. Em sua primeira fase, transportadores e postos de resfriamento foram os principais alvos. Ao longo das 12 fases anteriores, práticas como adição de água, soda cáustica, bicarbonato de sódio, ureia e até coliformes fecais foram identificadas, gerando prisões e interdições em diversas localidades do Rio Grande do Sul e além.

Riscos e Responsabilidade

Os produtos da indústria de Taquara são distribuídos nacionalmente e até para a Venezuela, abrangendo escolas e outros mercados vulneráveis. Embora a Justiça ainda não tenha autorizado a divulgação das marcas envolvidas, análises iniciais já apontam a presença de substâncias nocivas.

Essa nova etapa reafirma a necessidade de vigilância constante no setor alimentício. Enquanto consumidores aguardam maior transparência e rigor, o MPRS continua sendo um pilar na defesa da segurança alimentar e da saúde pública.

Fontes

 

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