Quatro sinais que comprovam a química sexual entre parceiros e estratégias para quem deseja criar

O terapeuta sexual e médico João Borzino explica se a química sexual existe de verdade

Você alguma vez na vida deve ter conhecido alguém que qualquer toque já despertava o desejo sexual. Sabe aquela pessoa que tinha uma conexão incrível na hora H? Existe uma explicação científica para isso: a química sexual.

O médico e terapeuta sexual João Borzino afirma que o tema da química romântica e da paixão entre os casais despertam um fascínio universal. “Como médico e terapeuta, minha intenção é explorar esse fenômeno sob uma perspectiva ampla, começando com suas raízes antropológicas, passando pela neurociência, e chegando ao impacto comportamental que ele tem no cotidiano. Vamos também abordar algumas das perguntas mais frequentes sobre esse tema, que é intrinsecamente ligado à vitalidade humana e ao desejo sexual”, começa ele.

“Romances e paixões são mais do que histórias subjetivas; são manifestações de um processo evolutivo profundamente enraizado. Nos primórdios da humanidade, a seleção de parceiros não era apenas uma questão de desejo, mas de sobrevivência. A “química” que sentimos pode ser entendida como um mecanismo biológico, um radar emocional projetado para avaliar a compatibilidade genética e a probabilidade de parceria reprodutiva bem-sucedida”, continua.

De acordo com o especialista, a antropologia sugere que os humanos desenvolveram formas sofisticadas de “ler” uns aos outros para garantir que seus genes fossem transmitidos. “A atração inicial, frequentemente descrita como química sexual, pode ser vista como um sistema que une parceiros com base em sinais de saúde, vitalidade e fertilidade. Olhares intensos, o cheiro único de outra pessoa (sim, feromônios desempenham um papel!), e até o timbre da voz, são vestígios desses processos evolutivos”.

Neurociência: O que está acontecendo no cérebro?

Borzino afirma que o amor e a atração despertam uma verdadeira tempestade química em nosso cérebro. “Estudos neurocientíficos revelam que a paixão ativa áreas associadas à recompensa, como o núcleo accumbens, e libera uma cascata de substâncias químicas”. Ele listou elas:

“• Dopamina: O “hormônio do prazer” cria e reforça a euforia que sentimos perto de alguém especial.

• Ocitocina e vasopressina: Ligados ao vínculo emocional e ao apego, esses hormônios ajudam a solidificar conexões duradouras.

• Adrenalina e cortisol: Associados à excitação inicial, esses hormônios causam as famosas “borboletas no estômago”.

Assim, a química sexual não é apenas um conceito abstrato, mas um evento neuroquímico mensurável. Não podemos esquecer que esta mensuração é nada mais do que o substrato orgânico de um processo psíquico, humano: divino. Uma apetência nos dada pelo Criador”.

De acordo com o terapeuta sexual, a química entre os casais pode ser observada em gestos simples: a maneira como eles se olham, a linguagem corporal sincronizada, ou a sensação de estar “em casa” na presença do outro. “Esses comportamentos refletem a ativação de sistemas de recompensa no cérebro, que incentivam o desejo de conexão.

Mas a química vai além do desejo sexual. Ela se traduz em uma energia vital que enriquece a comunicação, intensifica os momentos compartilhados e dá ao casal uma sensação de propósito mútuo. Lembre-se sempre: A energia vital é a origem de tudo que sente, como age, percebe e maneja a vida”.

Química Sexual: Existe Mesmo?

João Borzino diz que a química sexual é real. “Ela é primordial na relação? Depende do que se busca. Para muitos, é o ponto de partida essencial que une dois indivíduos, mas para manter um relacionamento, outros fatores (como compatibilidade emocional e valores compartilhados) entram em cena. A química sexual age como uma ignição. Sem ela, o relacionamento pode parecer forçado ou mecânico. Com ela, pode ser a faísca que inicia uma conexão mais profunda.”

Você sabe que há química quando há uma atração visceral, uma sensação quase inexplicável de magnetismo. É aquela sensação de que o mundo ao redor desaparece quando você está com a pessoa. O médico listou sinais típicos:

1. Contato visual intenso e ininterrupto.

2. Sinais físicos como respiração acelerada ou aumento da frequência cardíaca.

3. Conversas fluídas, com um senso de humor natural e espontâneo.

4. Desejo de proximidade física, mesmo em pequenos gestos como tocar a mão.

É Possível Criar Química?

O especialista afirma que embora a química sexual muitas vezes seja espontânea, pode ser estimulada. “A chave está em cultivar a intimidade emocional e a conexão”. Ele pontuou algumas estratégias:

“1. Explorar interesses comuns para gerar um sentimento de cumplicidade.

2. Trabalhar na comunicação honesta e vulnerável, o que promove uma ligação emocional mais forte.

3. Surpreender o outro com gestos significativos, reativando o sentimento de novidade e mistério.

4. Priorizar a conexão física: a química frequentemente cresce com a proximidade e a prática de intimidade.

É essencial lembrar que a química requer manutenção. Pequenos gestos diários de carinho e atenção podem reativar sentimentos que parecem ter esfriado”.

Mas, de acordo com João Borzino, a química sexual pode enfraquecer com o tempo, especialmente se não for nutrida. “Isso ocorre porque a novidade e a intensidade inicial tendem a diminuir à medida que o cérebro se adapta. Esse fenômeno, chamado de “habitação”, é natural. No entanto, isso não significa que a paixão deva desaparecer. Casais podem reinventar sua conexão por meio de novas experiências, comunicação aberta e explorando as camadas mais profundas do relacionamento. A chama inicial pode evoluir para um fogo mais duradouro e estável”, finaliza.

A química sexual é, sem dúvida, um dos aspectos mais intrigantes das relações humanas. Ela é real, primordial por essência humana, espontânea, nutrida e cultivada. No entanto, é apenas uma peça do quebra-cabeça de um relacionamento duradouro. Manter essa vitalidade requer esforço consciente, mas o resultado é uma conexão que ressoa com a essência mais profunda do que significa ser humano.

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