Cinco formas para explorar o pé-direito na arquitetura residencial

Arquiteta Andrea Teixeira aborda como os projetos podem aproveitar a metragem vertical para fins decorativos ou agregar uma função importante no ambiente

A arquitetura de interiores possui um conglomerado de artifícios capazes de solucionar as mais variadas questões, principalmente quando o intuito é deixar os ambientes ainda mais elegantes e funcionais. Pouco considerado no passado, o pé-direito, que mensura a altura da parede entre o piso e o teto, é um elemento que ganhou notoriedade com o objetivo de garantir paredes ainda mais elaboradas nos projetos residenciais.

Aproveitar a verticalidade na arquitetura é uma maneira de ganhar espaço, abrir possibilidades estéticas e cenários, sempre visando a valorização da área disponível“, opina a arquiteta Andrea Teixeira, à frente do escritório Andrea Teixeira Arquitetura e Interiores. Em vias de regra, ela explica que o pé-direito dos imóveis varia entre 2,5m e 3m, na forma simples, como também nos modos duplo ou triplo.

É comum acreditar que essa extensão só poderia ser explorada em pés-direitos mais altos, porém é possível, e muito salutar, lançar mão dessa metragem mesmo que em sua medida padrão. “Em um projeto muito bem desenvolvido, essa altura se torna uma aliada para adicionar inovações e muitas respostas às demandas dos moradores“, relata a profissional.

Confira, a seguir, cinco referências de projetos onde Andrea fez da parede um valioso recurso:

Parede estilizada

Com texturas, formas e diferentes tipos de revestimentos, a parede estilizada torna-se o ponto focal de um ambiente. Essa possibilidade implica em revesti-la com tijolinhos, azulejos, materiais cimentícios ou uma estrutura de marcenaria que resulte em uma espécie de painel muito bem ornamentado.

Para o projeto dessa varanda integrada, a arquiteta Andrea Teixeira valorizou a parede nas costas do sofá com a rusticidade do tijolinho em mármore Bege Bahia Travertino anticato. Para finalizar, a pedra natural é envolvida pela madeira nas laterais e na prateleira superior | Projeto: Andrea Teixeira Arquitetura e Interiores | FOTO: Julia Herman 

A exuberância de um pórtico

Dentro de um projeto de arquitetura de interiores, o pórtico entra em cena como um ‘delimitador’ de ambientes integrados, além de se configurar como um ponto de ligação requintado na altura entre o rebaixo, muitas vezes com a pré-existência de uma viga, e o piso. “Além da madeira, ele também pode ser composto por gesso e pedras, sempre acompanhando as designações do projeto para não se tornar se dissonante“, orienta a profissional.

Como um portal que suavemente segmenta o living com a varanda, nesse projeto a arquiteta Andrea Teixeira elegeu a madeira para percorrer todo o perímetro que compreende o vão. Ela revela que o recurso tanto pode ser implementado em um pé-direito padrão, como o duplo | Projeto: Andrea Teixeira Arquitetura e Interiores | FOTOS: Julia Herman

Mobiliário sob medida do piso ao teto

Quem busca praticidade e otimização sabe que a marcenaria sob medida é uma grande aliada para atingir esses objetivos, uma vez que por meio dela é possível constituir mobiliários que se encaixem perfeitamente no espaço. “Sem dúvidas, se trata de um ótimo investimento para quem deseja explorar o pé-direito com uma finalidade específica e por seu viés decorativo“, complementa Andrea.

Nessa área, a arquiteta Andrea Teixeira executou armários para guardar os utensílios empregados na varanda gourmet. Ademais, a marcenaria agregou requinte ao projeto | Projeto: Andrea Teixeira Arquitetura e Interiores | FOTOS: Julia Herman

Criando um cantinho bar personalizado, a arquiteta Andrea Teixeira desenvolveu uma adega climatizada para receber a coleção de vinho dos moradores. Ela contou com o pé-direito completo para desenvolver o móvel com portas em vidro reflecta | Projeto: Andrea Teixeira Arquitetura e Interiores | FOTOS: Julia Herman

O tecido que ‘veste’ a parede

A instalação de um cortineiro no forro permite que a parede seja recoberta com leveza e elegância. Segundo a arquiteta, o recurso para a fixação da cortina cai muito bem em salas de estar, home theater e dormitórios por inserir aconchego, privacidade e a retenção da luz solar. “Com a tecnologia atual podemos, inclusive, optar por cortinas automatizadas”, destaca.

Para essa suíte, a arquiteta Andrea Teixeira investiu em uma cortina que adornou toda extensão da parede | Projeto: Andrea Teixeira Arquitetura e Interiores | FOTOS: Julia Herman

Cabeceira vertical

Ainda inovando nas possibilidades decorativas dos dormitórios, que tal trabalhar com uma cabeceira na vertical? Com a peça, a volumetria do ambiente alcança um novo patamar, trazendo as sensações de ampliação e relaxamento, principalmente quando acompanhada de um material adequado, como a camurça.

Para essa cabeceira que segue do piso ao teto, a camurça se fez presente no revestimento que se encaixou no recuo da parede | Projeto: do escritório Andrea Teixeira e Fernanda Negrelli – autoria da arquiteta Andrea Teixeira | FOTO: Leandro Furini

Sobre Andrea Teixeira Arquitetura e Interiores

Desde pequena, Andrea Teixeira sempre foi muito artística. Cursou Arquitetura e Urbanismo na Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, trabalhou por anos na edificação de prédios e resolveu migrar para a arquitetura de interiores para estabelecer um contato mais próximo com os detalhes de cada projeto e dos seus clientes. Depois de atuar em grandes escritórios paulistanos, lançou-se no empreendedorismo de abrir seu próprio negócio para executar os projetos segundo suas próprias referências. Desde então, segue como destaque entre os grandes nomes do segmento e já atuou em grandes mostras de arquitetura do país como a CASACOR São Paulo, em que participou por mais de uma década, e a mostra Artefacto.

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