De acordo com a arquiteta, o trabalho empreendido para a escolha da paleta cromática, da iluminação, dos móveis e das obras de arte complementam a releitura das duas entidades ancestrais por meio de simbolismos incluídos em uma visão atraente, criativa e que não interferiu na usabilidade do banheiro. “Pelo contrário, nosso projeto arquitetônico garante a circulação efetiva das pessoas, aliada à experiência repleta de significados“, reitera a arquiteta.
Além da carga ancestral que conduz o visitante no resgate do sagrado para as áreas de convivência do cotidiano, as diretrizes ambientais trazidas por Isadora vão de encontro com as tendências de preservação da natureza. Enquanto a paginação de revestimentos propõe o mínimo de cortes e conduz ao reaproveitamento de todos os acabamentos, os pisos assentados pela técnica de intertravamento promove menos demanda de materiais.
Na interpretação que Isadora desenvolveu sobre o tema da mostra: ‘De presente, o agora’, ela analisa que a crença nas duas divindades, que seguem de geração em geração tanto nas raízes culturais, como naquelas que constituem a fé praticada por nossos familiares, fundamenta o passado como trampolim para o presente. “Assim como Nanã Buruqûe e Sant’Anna são referenciadas nos terreiros e nos altares, a arquitetura contemporânea também nos permite essa conexão que se alinha, em mão dupla, entre o interno de cada um de nós e o externo“, avalia Isadora.
Assim, traçando uma relação com o presente, a sustentabilidade nos projetos é um caminho que conduzirá a espécie humana para o futuro. Para tanto, o Banheiro Sincrético incorporou peças que, até então seriam rejeitadas, caso da bancada, que após a mostra ganhará uma nova utilização. Também houve a diminuição do uso de drywall e de resíduos ao compatibilizar as divisórias com os vizinhos, além das torneiras serem automáticas, economizando água. Nas cabines, as válvulas de descarga de fluxo duplo completam o compromisso com o meio ambiente.