Joias já podem ser criadas com ajuda da Inteligência Artificial
Entenda como manter a identidade das peças em meio aos avanços tecnológicos
O mercado global de Inteligência Artificial (IA) não para de crescer, com uma taxa anual estimada em 37,7% de 2023 a 2030, refletindo a importância dessa tecnologia em todos os setores. A projeção sugere uma oportunidade significativa para empresas que buscam obter vantagem competitiva, incentivando a adoção de soluções baseadas em IA, como assistentes virtuais, para impulsionar a eficiência e reduzir custos operacionais. No cenário da indústria de joias, ela emerge como uma ferramenta revolucionária para a criação de designs excepcionais. Mas, na busca pela inovação, é crucial lembrar que a identidade das peças reside na alma artística de seus criadores, independentemente dos meios utilizados.
De acordo com Mercia Dias, fundadora da Merciaa Alta Joalheria, empresa que atua no mercado de luxo desde 2008, a criatividade é um processo artístico que deve ser preservado e cultivado, sem importar as ferramentas utilizadas para sua realização. “Adaptar-se ao novo é importante, mas é a singularidade e a expressão que diferenciam verdadeiramente as criações humanas das produzidas por máquinas”, explica.
Neste contexto, é imprescindível compreender que a introdução da IA no processo de criação não é uma substituição à habilidade artística, mas sim uma ferramenta complementar que potencializa a criatividade dos designers. Alguns mestres joalheiros já têm abraçado abertamente essa tecnologia com maestria, integrando-a harmoniosamente em suas coleções e sem comprometer a originalidade e o valor intrínseco das peças.
“Ao explorar o potencial da IA, os designers têm acesso a insights valiosos e variações de design que enriquecem o processo criativo. No entanto, é a sensibilidade humana, a experiência e o conhecimento artístico que conferem às joias sua autenticidade e significado emocional”, pontua a especialista. Além disso, a automatização dos processos pode ajudar na produtividade.
Para se ter uma ideia, até 2030, estima-se que 30% das horas trabalhadas em todo o mundo possam ser automatizadas com o uso da Inteligência Artificial (IA). Essa implementação está impulsionando a otimização das atividades, incluindo diversos processos e tarefas comerciais. Com a adoção da IA, há uma oportunidade real para dedicar mais tempo e esforço a tarefas criativas e estratégicas, que requerem intervenção humana para uma melhor alocação de recursos comerciais.
“À medida que a IA continua a moldar o futuro da indústria de joias, é essencial manter o equilíbrio delicado entre inovação e autenticidade”, conclui Mercia. A habilidade de integrar a tecnologia de forma harmoniosa, preservando a identidade única de cada peça, é o que distingue verdadeiramente os artesãos de excelência.