Suave coisa nenhuma

por Suellen Alves

Como nunca antes na história desse país (Saudades do meu ex- ex presidente) ficou tudo tão puxado, tá impossível ser brasileiro e acompanhar o rolê, estou tendo dificuldade real para escrever.

Escrever sobre algo que vai realmente acrescentar na vida de quem me lê, sabe, caiu essa ficha de ter um propósito, mas o fato é que eu falho miseravelmente em propósitos. Não faço ideia do que tô fazendo da minha vida. Estou completamente perdida nas datas do mês, que ano é hoje?

Vivendo nesse looping do mesmo dia (quase me lembra quando eu trabalhava num famoso jornal onde os dias eram imensos e iguais e eu me perguntava: – Por que Deus, eu preciso vender o meu tempo para essas pessoas? E ele respondia em forma de boletos no meu e-mail). Deus é prático e objetivo, gosto muito, resolveu essa questão do mundo em 7 dias, ainda incluiu a folga, já tava ligado no capitalismo e na classe trabalhadora putaça querendo ter direitos, todo trabalhado no exemplo, Deus é mara!

Perdi o controle da minha vida, poderia dizer que é minha lua em áries que está me tirando o foco, mas o fato que é minha cabeça que anda na lua mesmo, ontem inclusive, tava cheia e incrível.

_ Foco Juliana! Repito diariamente, daí lembro que meu nome não é Juliana e sigo procrastinando.

Memes a parte, vivendo naqueles momentos de achar absolutamente tudo irrelevante diante do cenário que se apresenta. Às vezes parece que tudo ficou tão pequeno – exceto o navio encalhado no Canal de Suez, chocada que piratas existem real oficial.

Quando me bate essa vontade de ser mulher séria e fazer algo de importante para a humanidade e acabo muito querendo escrever sobre política, entrar para política e lembro que ninguém dá a mínima para política e nos rotulam de chatxs (não que eu me importe, abraço fácil, prefiro ser chata a alienada – exceto pelo BBB que daí já é pedir demais #teamjuliette), mas o fato é que dá uma gastura em saber que “As meninas” sempre estiveram certas “e que o de cima sobe e o de baixo desce” e parece que a ladeira abaixo é infinita, assim como segundo Einstein também “a estupidez humana”.

Mas falando nessa humanidade falida a qual temos ex apresentadora infantil achando ok falar em fazer experimento com gente de verdade – tipo ratinho de laboratório- e me parece coisa de nazista (que inclusive uma galera apoia e a gente entra no rolê do merecimento e eu particularmente preferia star morta a ter que entrar nestas discussões- Socorro Deus, o retorno, alguém avisa? Xuxa era verdade o rolê do pacto com o diabo?).

Viu, me perdi, estava falando do que mesmo? De humanidade, né?

Então, voltando a humanidade, nada mais humano que o erro, costumo dizer que errar é humano e colocar a culpa nos outros é mais ainda. Sou melhor em carregar as culpas do que distribuí-las, mas ainda chego lá, trabalhando nisso (Yaskara corre aqui, rs).

O pensamento positivo de que vai ficar tudo bem é uma ilusão e nada mais humano que se iludir, acho fundamental, li por aí certa vez que as ilusões funcionam mais que a medicina (deve ser por isso a fácil aceitação do KIT Covid sem nenhuma comprovação científica) Mas bora, vamos na fé, outra coisa bem humana, já viram algum Leão na Discovery agradecendo a janta? Então!

Mais um socorro Deus e ele me busca pessoalmente: – Precisa não viu, só to querendo mesmo abordar uns assuntos aqui dessa loucura que é estar vivo em pleno século XXI, tentando ser feliz e rir um pouco em meio ao caos e sobreviver!

Parafraseando Emma Goldman “Se não posso rir, não é minha revolução” dançar também viu, Emma? Beijos festas online salvando a quarenteRna.

Mas ainda no assunto humanidades x amenidades, tenho vivido de saudade, saudade de rua, de gente, até de aglomerar que eu sempre detestei, de sentar em botecos aleatórios de cerveja barata e comer coisas de procedência duvidosa, com as minhas amigas deusas rindo alto com seus 63 dentes na boca, saudade é floresta (micróbio filho da puta)!

Apesar da imensa vontade de perder o reú primário, quando ouço o jovem místico achando que temos algum grande aprendizado para tirar disso (pessoalmente o único aprendizado que eu queria que o brasileiro médio tirasse disso real oficial ainda é ler proposta de governo e aprender a votar e cobrar) mas vendo os números de mortes e a quantidade de festas clandestinas, certamente estou no caminho da utopia, mas afinal é pra isso que serve a utopia, não é? Continuar caminhando!

Contardo Calligaris que nos deixou essa semana já disse que: “Ser alegre é gostar de viver mesmo quando as coisas não dão certo ou quando a vida nos castiga”. Continuo tentando me manter alegre, não sei levar a vida de outro jeito. Agora feliz, feliz, não dá não, admiro quem consegue, pois esse, sim, aprendeu a viver dentro de si mesmo, ignorando tudo ao redor. Daí, já é demais para pra mim!

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