Volta às aulas: sete dicas para prevenir doenças em crianças
Retorno das atividades escolares favorece a circulação de vírus e bactérias entre os pequenos; pediatra dá dicas para se proteger
O retorno às aulas é um momento de expectativa tanto para os pais, quanto para os pequenos. Mas, as interações entre as crianças e a aglomeração em locais fechados acendem o alerta para a adoção de medidas para conter a disseminação de vírus, bactérias e infecções.
“A reunião de crianças em uma sala, dependendo da idade, pode facilitar a transmissão desses agentes patogênicos”, alerta Fabíola La Torre, Coordenadora Médica da Linha Pediátrica do Hospital São Luiz Osasco.
“É muito comum que crianças que começam a frequentar creches e escolas fiquem doentes com mais frequência, já que passam a ter contato com mais pessoas e novos vírus e bactérias, enquanto o sistema imunológico ainda está em desenvolvimento”, explica a especialista.
Essa sazonalidade é percebida no pronto-socorro infantil do São Luiz Osasco. Em março de 2023 houve um aumento superior a 115% nos atendimentos, em relação ao mês de janeiro. “E a alta continua entre os meses de março e maio, quando as crianças estão frequentando a escola. Em contraponto, as quedas acontecem exatamente em julho e dezembro, períodos de férias”, analisa a coordenadora.
Durante o período escolar, são comuns infecções como conjuntivite, otite, gripes, resfriados, infecções na garganta, gastroenterites, pneumonia, catapora, coqueluche, sarampo, caxumba, rubéola, rotavírus, meningites, entre outras, em sua maioria, virais.
“São doenças que exigem atenção dos pais e podem afastar a criança do convívio social por até três semanas quando mais graves”, complementa Dra. Fabíola.
Alguns sintomas clínicos servem de alerta, como febre, dores, bolhas ou feridas na pele, tosse, cansaço, cólicas, náuseas, falta de apetite, diarreia, vômito, fraqueza, dores abdominais e coriza.
“Ao identificar sintomas a recomendação é evitar mandar a criança à escola e adotar medidas que evitem que os vírus e bactérias se espalhem como, por exemplo, usar máscara, higienizar bem as superfícies e as mãos, e evitar o compartilhamento de utensílios”, destaca a pediatra do São Luiz Osasco.
A unidade, que pertence à Rede D’Or, conta a maior e mais completa estrutura hospitalar da cidade e uma linha de cuidado pediátrico de referência, com corpo clínico especializado, equipe multidisciplinar, exames de alta complexidade e UTI pediátrica.
Em casos com piora do quadro clínico, como dificuldade para respirar, febre persistente, desidratação, reações alérgicas e em casos de doenças preexistentes, como asma ou diabete, o ideal é buscar atendimento médico o mais precocemente possível.
“A criança com sintomas leves se mantém ativa, brincando, e pode ser mantida em casa, com observação dos sintomas. Porém casos persistentes ou com piora clínica, o recomendado é ir ao pronto-socorro”, orienta La Torre.
Uma importante aliada para prevenção de doenças na infância é a vacinação infantil. Desde o nascimento as crianças devem receber todas as vacinas previstas no calendário vacinal infantil, de acordo com a faixa etária.
“Além disso, a promoção de hábitos saudáveis, como higiene, sono e atividades físicas, é fundamental na prevenção de doenças. Nas escolas, é essencial manter ambientes bem ventilados e incentivar o uso de álcool em gel e a lavagem das mãos”, orienta Dra. Fabíola.
Confira algumas dicas rápidas para a saúde das crianças na volta às aulas:
– Higiene é essencial: Incentive a lavagem frequente das mãos, uso de máscara e higiene das superfícies. Além disso, evite o compartilhamento de itens pessoais, como toalhas, talheres e copos.
– Ambientes ventilados: Certifique-se de que as salas de aula estejam arejadas e bem ventiladas.
– Cuidados ao tossir ou espirrar: Sempre oriente e estimule a criança a cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar, para evitar a propagação dos vírus e bactérias.
– Vacinação em dia: Mantenha a caderneta de vacinação em dia. Na dúvida, vá até uma Unidade Básica de Saúde (UBS), para atualização. As vacinas estão disponíveis gratuitamente na rede pública de saúde e são essenciais para proteger o seu filho e as demais crianças.
– Observação de sintomas: Esteja atento aos sinais de infecção respiratória e outras doenças. Em caso de sintomas, evite mandar a criança à escola.
– Pronto-socorro em casos especiais: Procure ajuda médica em casos de sintomas graves ou condições médicas preexistentes.
– Promova hábitos saudáveis: Estimule uma alimentação equilibrada, exercícios físicos e atividades ao ar livre para fortalecer a saúde das crianças.