A importância de se realizar terapias hormonais de forma segura e responsável

Por Dr. Ricardo Barone Gasparini

Hormônios são substâncias químicas, produzidas por nossas glândulas, e responsáveis por todas as atividades metabólicas, imunológicas e reprodutivas no nosso organismo.

O universo hormonal feminino é bastante complexo e deve ser muito bem entendido por quem faz terapias hormonais em mulheres. Estas são diferentes em várias fases do mês, como na menstruação, na ovulação e no período pré-menstrual. Como são diferentes na sua evolução cronológica, ou seja, infância, puberdade, vida reprodutiva, gestação, lactação, climatério, menopausa e pós menopausa.

Compreender todas as mudanças hormonais femininas, nas suas diversas etapas é de crucial importância para que possamos fazer terapias hormonais, quando necessárias.

As terapias com hormônios sofreram muitas mudanças com a evolução da medicina e com o próprio conhecimento mais apurado de determinadas patologias.

Mas é muito importante salientarmos que a mudança de comportamentos e hábitos femininos aconteceu de maneira acentuada nos últimos anos, e isto impacta muito na conduta médica em terapias hormonais.

As mulheres hoje têm menor número de filhos e tempo de lactação, além de um número crescente de mulheres que não desejam reproduzir, muito diferente dos hábitos reprodutivos das mulheres de outras épocas.

Outro detalhe importante é o fato das mulheres acima de 40 anos, quando os ovários já estão em processo de falência, estarem no ápice das suas vidas profissionais, sexuais, além da liderança familiar. Sem contar ainda, as mulheres acima de 50 anos, com seus ovários na maioria das vezes falidos, e estas em plena forma física, mental e sexual. Vale ainda lembrar que a sobrevida das mulheres brasileiras é de aproximadamente 80 anos, na maioria das regiões do país, ficando assim, estas mulheres por mais de 30 anos em completa falência ovariana, privadas dos seus principais hormônios esteróides.

Pensando em todos estes fatos, chegamos à conclusão que, nós médicos, temos o dever e a responsabilidade de atendermos às necessidades físicas, metabólicas, sexuais, psicoemocionais e reprodutivas destas mulheres nas mais diversas fases de suas vidas.

Terapias hormonais sérias, individualizadas, responsáveis e que mantenham as mulheres em equilíbrio, seja na adolescência com TPM, na mulher madura com endometriose, na paciente com menopausa – com todo o seu sofrimento ou na jovem que deseja um método para não engravidar, não provocam prejuízos e, sim, bem-estar.

Hormônios sempre serão ferramentas valiosas e extremamente úteis quando bem utilizados, criteriosamente.

Infelizmente, temos hoje, o uso indiscriminado, abusivo, sem critérios, sem conhecimento por parte de quem usa, em doses supra fisiológicas, levando a desequilíbrios e seqüelas para a saúde de diversas mulheres.

O uso de esteróides com fins exclusivamente estéticos pode levar mulheres a muitos problemas metabólicos, físicos e emocionais, muitas vezes graves e irreparáveis.

Este excesso de apelo estético também abrange outras áreas da medicina como a cirurgia plástica e estética facial, onde observamos um abusivo número de procedimentos sem indicação e realizado por profissionais inabilitados.

Enfim, terapias hormonais existem há muito tempo, estão em evolução, são extremamente úteis quando bem utilizados por profissionais sérios e hábeis na sua prática e podem ser muito prejudiciais a saúde feminina quando tentam atingir outros objetivos que não sejam o de tratar patologias e promover o bem -estar, equilíbrio e longevidade saudável para as mulheres.

 

Sobre o autor: Ginecologista. Formado pela Universidade Estadual de Londrina – PR.  Pós-Graduação em Medicina Integrativa e Longevidade Saudável. Especialista em Terapias com Implantes Hormonais há mais de 10 anos.

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