Diagnóstico molecular é aliado no combate à resistência medicamentosa

Uso da biologia molecular facilita o diagnóstico e reflete na farmacoeconomia, na conduta médica e no tratamento correto

Até 2050, cerca de 10 milhões de pessoas no mundo inteiro poderão morrer a cada ano por doenças resistentes a medicamentos, segundo uma pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso ocorre devido a inúmeros fatores, entre eles, a interrupção ou não realização do tratamento correto. Nestes casos, ter um diagnóstico preciso e ágil é de extrema importância.

Superbactérias são bactérias que se tornaram resistentes aos antibióticos tradicionais, ou seja, elas não são mais suscetíveis aos medicamentos que costumavam matá-las ou impedir sua proliferação. Essa resistência é resultado de mutações genéticas ou transferência de genes de resistência de outras bactérias. “O uso indiscriminado e inadequado de certas medicações, principalmente antimicrobianos, gera resistência bacteriana. Dessa forma, antibióticos que antes resolviam algumas infecções, hoje já não funcionam. Infelizmente, já existem patógenos multirresistentes para os quais não existem mais medicamentos adequados”, explica a infectologista Dra. Fernanda Pedroso.

Doenças como a tuberculose, por exemplo, possuem cepas e variações resistentes a antibióticos existentes no mercado. Isso acontece porque, ao serem expostas a medicamentos errados, sofrem mutações na tentativa de sobreviver. Todos os anos, cerca de 480 mil pessoas desenvolvem a variação resistente da tuberculose (Tuberculose multidroga resistente), segundo dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Existem, ainda, as bactérias chamadas de NDM, que podem degradar os antibióticos beta-lactâmicos, frequentemente utilizados para tratar infecções graves.

Agilidade do diagnóstico molecular auxilia na conduta médica 

A identificação rápida e precisa das patologias e o início precoce do tratamento são fundamentais para evitar complicações e resistência aos fármacos. Em particular, infecções bacterianas podem apresentar maior risco de complicações, caso o tratamento seja demorado ou inapropriado.

É comum haver a prescrição de medicamentos, incluindo antibióticos, sem a confirmação diagnóstica, principalmente quando se trata de doenças respiratórias. Contudo, isso pode comprometer a eficácia do tratamento.

biologia molecular pode auxiliar na prescrição correta, desde o início dos sintomas, ou até mesmo antes, trazendo diversos benefícios ao paciente e facilitando a conduta médica. Esse método utiliza técnicas de análise genética para identificar rapidamente a causa da patologia, permitindo a prescrição do tratamento adequado, o que reduz o risco de complicações e resistência bacteriana. Com a biologia molecular, os médicos podem obter resultados mais precisos e rápidos em relação a métodos tradicionais de diagnóstico. Dessa forma, é possível oferecer um tratamento mais assertivo e eficaz ao paciente, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida e redução dos custos com saúde.

A infectologista Fernanda Pedroso utiliza a biologia molecular em seus atendimentos, desde os casos mais simples até os mais complexos. “Já utilizei o diagnóstico molecular algumas vezes em pacientes ambulatoriais e internados. Desde diagnóstico de IST, rinossinusites virais com isolamento do agente etiológico, até no paciente com sepse para acertar o patógeno e o mecanismo de resistência possivelmente associado”, cita.

Fernanda comenta um dos casos em que o exame foi capaz de detectar o patógeno correto de um paciente que já tinha sido medicado algumas vezes, mas sem êxito. “Houve o caso de um paciente masculino e jovem, que estava com febre, mal-estar e dor de garganta intensa há cinco dias, sintomas iniciados após relação sexual desprotegida (sexo oral). Ele já havia passado por dois infectologistas e feito três esquemas de antibióticos, mas sem melhora. Foi submetido a um swab de orofaringe para pesquisa molecular de patógenos causadores de IST, com diagnóstico de primoinfeccão por herpes vírus. Após o resultado, foi tratado adequadamente, com melhora clínica completa”, destaca a infectologista.

Exames moleculares direcionam ao tratamento correto

Os testes moleculares são uma solução avançada para diagnóstico, permitindo a identificação rápida e precisa de diferentes doenças. As soluções oferecem resultados mais específicos e têm a vantagem de poderem identificar diversos patógenos em um único exame, e ainda, em alguns casos, até mesmo possíveis resistências medicamentosa.

“Na infectologia, o uso do antimicrobiano correto reduz a mortalidade e morbidade do paciente, além de impactar diretamente na resistência antimicrobiana. Se eu consigo isolar, rapidamente, o patógeno causador da infecção e descobrir se existe algum mecanismo de resistência associado a este patógeno (por meio da pesquisa de genes de resistência) posso acertar o antimicrobiano, usando espectro adequado, reduzindo a chance de resistência bacteriana”, explica a Dra. Fernanda.

O diagnóstico preciso contribui com a farmacoeconomia, através da redução do desperdício de medicamentos, diminuição do tempo de internamento e maior giro de leitos.

Biologia molecular ajuda a evitar quadros graves de infecção hospitalar

Em casos de infecções hospitalares, o diagnóstico molecular é uma das ferramentas que podem ser utilizadas para maior rapidez e precisão na identificação dos agentes infecciosos. É preciso trabalhar cada vez mais com a medicina de precisão, tendo como base o uso de metodologias diagnósticas cada vez mais precisas, associadas a um tempo de diagnóstico muito curto. O iD8 Diagnóstico traz toda a precisão, sensibilidade e especificidade do diagnóstico molecular, identificando a presença dos patógenos, até mesmo em situações de casos assintomáticos, aliados a um prazo de resposta curto, em até 24 horas.

“Nosso fluxo e modo de trabalho (Biologia Molecular com laudos em até 24 horas) visa acompanhar a jornada de vida do paciente dentro das instituições de saúde e, com esse olhar do todo, auxiliar na conduta médica, dando mais embasamento a tratativa terapêutica,  trazendo ganhos para a saúde dos pacientes, mas também melhoria, otimização dos processos e custos das instituições garantindo uma farmacoeconomia, melhor gestão dos leitos, otimizando e reduzindo custos”, ressalta Rodrigo Chitolina, coordenador e responsável técnico do ID8 – Inovação em Diagnóstico.

Além de evitar complicações nos quadros sepse, as soluções moleculares do ID8 conseguem identificar a tuberculose, hanseníase, doenças respiratórias, Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), entre outras.

Painel de ISTs é um exame que pode identificar até 11 patógenos. Entre eles, a clamídia, mycoplasmas e ureaplasmas, que são bactérias com potencial de se tornarem resistentes, caso tratadas de maneira errada.

Painel Respiratório tem a capacidade de diagnosticar 24 patógenos, entre eles o SARS-CoV-2, causador da Covid-19, a pneumonia e o vírus da Influenza A e B.

Já o Painel Sepse é um dos mais completos, pois identifica até 36 patógenos e 20 resistências, resultando em um tratamento com maior assertividade e com a medicação correta.

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