Assédio moral: especialista explica como a comunicação assertiva pode ser uma aliada no combate a essas práticas

Débora Brum, fonoaudióloga empresarial e consultora especialista em comunicação humana, destaca a importância da comunicação não violenta como ferramenta para evitar essas ocorrências

À medida que a promoção de ambientes de trabalho saudáveis se tornou uma preocupação constante das companhias, novas normativas seguem sendo implementadas para garantir, por lei, que o respeito esteja na rotina corporativa. A exemplo disso, recentemente, entrou em vigor uma nova portaria do Ministério do Trabalho, que determina que todas as ocorrências de assédio moral sejam direcionadas à Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).

No entanto, de acordo com Débora Brum, fonoaudióloga empresarial, palestrante e consultora especialista em comunicação humana, o êxito no combate a essas práticas ainda depende da forma como os colaboradores de uma companhia estabelecem a sua comunicação.

“Seja em atividades rotineiras ou em momentos difíceis, somos responsáveis pelo que falamos; e tão importante quanto saber o que falar, é a maneira como isso é feito. Nesse sentido, temos que fazer uso da comunicação assertiva. Ela consiste, entre vários pontos, ter atenção ao tom de voz e à linguagem corporal, na postura empática, em saber escutar e escolher palavras que reforcem a linguagem positiva, evitando críticas e julgamentos”, explica Débora, responsável por ministrar o treinamento “Estratégias de comunicação humana na prevenção ao assédio moral”.

Configurando uma série de situações que resultam em violência psicológica no ambiente de trabalho, tais como humilhação, xingamentos, cobranças exageradas, isolamento e tratamento diferenciado, o assédio moral pode trazer sérias consequências às vítimas desses episódios, sendo as mais comuns a depressão, a desmotivação, baixa produtividade, crises de ansiedade e doenças psicossomáticas. Portanto, segundo a fonoaudióloga, é imprescindível que as empresas adotem práticas que desconstruam esses comportamentos.

“Para prevenir o assédio moral, não basta ter um manual de boas práticas, é preciso falar com frequência sobre o assunto e, para isso, os treinamentos de comunicação humana são sempre bem-vindos. É uma maneira de mostrar como as pessoas podem aperfeiçoar sua forma de falar e como isso impacta diretamente na qualidade dos relacionamentos. Muitas vezes, quem pratica o assédio não se dá conta disso, da mesma maneira que quem sofre, não sabe como lidar. Por isso, é importante elucidar essas questões, evidenciar que são cabíveis de punição, assim como dar voz àquelas que vivenciam essas situações e acolhê-las para que não tenham medo de reportar os episódios de violência”, enfatiza a especialista.

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