Ansiedade é a condição mais comum tratada com cannabis medicinal, segundo pesquisa
É o que revela o levantamento exclusivo feito pela Remederi, farmacêutica brasileira com acesso a produtos, serviços e educação sobre a cannabis medicinal
Uma pesquisa feita pela Remederi, farmacêutica brasileira com acesso a produtos, serviços e educação sobre a cannabis medicinal, aponta as principais dúvidas de pessoas interessadas em tratamentos com medicamentos à base de cannabis. De acordo com o levantamento, produtos para tratar sintomas de ansiedade lideram a lista de procura.
A análise aponta que muitos pacientes buscam medicamentos sem possuir receita, pois a maioria não sabe que existe a necessidade de passar por um médico antes. Além disso, mostra que a procura por produtos que tratam dores também estão em destaque, bem como dúvidas relacionadas a produtos importados e óleos que vendem nas farmácias.
Veja abaixo a lista completa das principais dúvidas:
- Busca por tratamento médico: 60%; sendo que 35% buscam tratar ansiedade e 25% dor
- Busca por medicamentos sem possuir receita médica (muitos pacientes não sabem que existe a necessidade de passar pelo médico antes): 20%
- Dúvida sobre produtos importados e os óleos que vendem nas farmácias: 10%
- Busca por outros tipos de produtos à base de cannabis, como a flor de canabidiol (CBD): 10%
De acordo com Fabrízio Postiglione, CEO da Remederi, a evolução da indústria farmacêutica oferece métodos inovadores de tratamento com a cannabis para diversas doenças, tanto físicas como psicológicas. “O número de pesquisas científicas que comprovam a eficiência da cannabis faz com que essa busca cresça. É fundamental que as empresas do setor tenham todo o acolhimento necessário para oferecer a melhor estrutura para esses pacientes, que em grande parte estão fragilizados e precisam desse suporte”, explica.
Ele explica ainda que o fato do setor ainda não ser legalizado no país dificulta o acesso das pessoas aos produtos e que os meios de comunicação são fundamentais para propagar conhecimento sobre o tema. “A quantidade de pacientes de cannabis medicinal vem crescendo ano a ano. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mostra que hoje existem mais de 120 mil pessoas cadastradas para fazer uso de medicamentos à base dos ativos da planta”, pontua.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) conferiu a si a prerrogativa de decidir sobre o plantio de cannabis no Brasil, abrindo espaço para o cultivo legal da planta com fins medicinais e industriais. Afinal, a produção e comercialização de produtos derivados da cannabis são permitidos em território nacional, porém, muitas empresas ainda são obrigadas a importar a matéria-prima utilizada em seus produtos, fazendo ter um valor elevado.
Para Fabrízio, uma regulamentação mais ampla poderia beneficiar, um número muito maior de pessoas, com certeza mais de 13 milhões de brasileiros com diferentes patologias, principalmente se o plantio fosse legalizado no Brasil, o que reduziria as taxas de importação dos produtos. “As recentes iniciativas de alguns estados de facilitar o acesso à cannabis para fins medicinais são um começo para um futuro que poderá promover qualidade de vida de maneira acessível para todos”, finaliza.