Hábitos de vida e fertilidade: Qual a relação?

Nos dias atuais, 15% de toda a população sofre com infertilidade, conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Somente no Brasil, a condição afetaria aproximadamente 8 milhões. Em cerca de 10 a 15% dos casos, além disso, os casais enfrentam uma questão bastante complicada: não encontram o motivo para tal dificuldade.

Contudo, graças ao crescente avanço da pesquisa científica, descobriu-se que a infertilidade pode estar ligada a uma série de fatores. Entre eles figura, com destaque, o estilo de vida. Não deixa de ser uma boa notícia, tendo em vista que a mudança de alguns costumes cotidianos viria, então, melhorar a capacidade reprodutiva.

Para a ginecologista e obstetra, especialista em Reprodução Humana e integrante da Famivita, Dra. Mariana Grecco, a busca pela gravidez seria o momento ideal para promover modificações em hábitos que nada de positivo agregam à nossa rotina, proporcionando também uma gestação mais tranquila e um bebê saudável.

O fumo, por exemplo, conforme ressaltado por ela, pode apresentar um grande impacto na fertilidade de homens e mulheres. No caso feminino, quem é tabagista apresenta um risco da menopausa ser antecipada de 1 a 4 anos. O mau costume ainda agiria prejudicando a reserva ovariana, posto que pode colaborar para o envelhecimento das células. Já no que diz respeito aos homens, as substâncias nocivas presentes no cigarro ocasionariam alterações genéticas, capazes de desregular a parte hormonal e acabar lesando o padrão seminal. Por fim, o tabagismo, segundo acrescentou a especialista, tem uma relação com uma maior taxa de abortos.

Outro vilão no universo da fertilidade é o álcool, quando ingerido excessivamente, e seus malefícios são igualmente distribuídos, independente de gênero. “Para elas, as consequências estariam ligadas à produção relativa aos hormônios, suspensão da ovulação e decréscimo na qualidade dos óvulos. No que se refere aos homens, o consumo frequente de bebida alcóolica danificaria as células produtoras de testosterona, as chamadas ‘Células de Leydig’. Sabe-se, a propósito, que aqueles que bebem muito, dispõem de uma contagem de esperma mais reduzida e gametas com menor mobilidade”, pontuou a Dra. Mariana.

Um sono fragmentado

Além disso, quem quer engravidar, precisa buscar, mais do que nunca, dormir bem. “Inúmeros estudos atestam que uma boa noite de sono influencia a questão hormonal nas mulheres. Nesse sentido, ter uma qualidade ruim em relação a esse descanso, tão essencial ao organismo, pode acarretar para elas, por exemplo, um nível mais alto de hormônios do estresse, vindo a prejudicar a ovulação e, por consequência, inibir um ciclo saudável de fertilidade”, explicou a Dra. Mariana.

A médica enfatizou, ainda, que várias pesquisas na área detalharam como o sono pode atrapalhar a capacidade reprodutiva masculina. Uma delas, por exemplo, mostrou que homens que relataram dormir menos de 6 horas, ou mencionaram ter dificuldades como apneia do sono ou obstrução nasal, possuíam menos probabilidades de engravidar a parceira. “Isso porque essa fragmentação do sono afeta a secreção do LH, hormônio que produz a testosterona, atingindo a espermatogênese e resultando numa piora da função reprodutiva”, afirmou.

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