‘Rindo à Toa’: filme analisa humor brasileiro após fim da ditadura militar

Com a redemocratização, que culminou com a promulgação da Constituição de 1988, muita coisa mudou no Brasil. Uma delas foi o modo de se fazer humor. Em um contexto em que não havia mais censura, uma nova vertente da comédia nacional começou a surgir, podendo se utilizar de artifícios até então proibidos. Esse novo panorama é tema do documentário “Rindo À Toa — Humor Sem Limites”, que chega ao Curta!.

Dirigido por Claudio Manoel, Álvaro Campos e Alê Braga, o filme mostra a gênese dessa geração de humoristas, sua relação com seus ídolos de juventude — que precisavam driblar a censura com criatividade e discrição —, a autocrítica sobre a relevância política e social desse estilo de comédia e a reflexão sobre temas como originalidade, vanguarda, limitações e o alinhamento comercial e editorial com o aumento do consumo de humor.

Entre os depoentes do documentário estão humoristas, atores, cartunistas e demais profissionais envolvidos com o entretenimento relacionado à comédia. Entre eles, Regina Casé, Hélio de la Peña, Andrea Beltrão, Tom Cavalcante, Miguel Falabella, Fernanda Young, Laerte, Evandro Mesquita e Chico Caruso. “Depois de anos de não poder nada, a nossa geração veio dizendo: chega!”, resumiu Miguel Falabella.

Havia algo em comum na tônica desse humor dos anos 1980: a busca pela liberdade, após tantos anos de proibições. Mas as histórias e análises são diversas, englobando desde experiências pessoais a reflexões sobre o desenrolar do humor de lá para cá. Para alguns, a defesa das minorias — que limita certos tipos de piada — é uma evolução do que fora plantado na época; para outros, trata-se de um cerceamento. Seja qual for a interpretação do entrevistado, o espectador se vê diante da enorme pluralidade que só foi possível fora de uma ditadura. A exibição é na Sexta da Sociedade, 4 de novembro, às 22h10.

Original de ‘Os Miseráveis’ é analisado em novo episódio de ‘Os Manuscritos Secretos da História’

Um tesouro está guardado na Biblioteca Nacional Francesa: o manuscrito original de “Os Miseráveis”, escrito por Victor Hugo. Em novo episódio, a série “Os Manuscritos Secretos da História” se debruça sobre essa relíquia, dando detalhes sobre a escrita, a vida pessoal e o processo criativo do autor, e retomando o contexto da época.

A série conta que a obra-prima foi composta ao longo de 17 anos — entre as cidades de Paris, Guernsey e Waterloo, na Bélgica — e que continha muitos traços autobiográficos. Os especialistas que analisam o romance visitam lugares por onde Victor Hugo passou e mencionam passagens de sua vida pessoal e seus relacionamentos amorosos, sobretudo o vivido com a atriz Juliette Drouet, sua amante e grande amor.

Dirigidos por Anne-Sophie Martin, os quatro episódios da série também estão no Curta!On – Clube de Documentários. Os outros três episódios falam dos manuscritos de “Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Carroll; “O Processo”, de Franz Kafka, e “Don Giovanni”, de Mozart e Lorenzo da Ponte. A exibição é na Quinta do Pensamento, 3 de novembro, às 23h30.

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