Luz Azul: a vilã da saúde ocular

*Por Makoto Ikegame

Dentre as diversas mudanças provocadas na sociedade pela epidemia de Covid-19, é impossível não citar os efeitos diretos causados pelo isolamento social. O distanciamento entre as pessoas se fez, e ainda se faz necessário, para conter o avanço do vírus, porém essa medida também afetou a forma como as pessoas lidam consigo mesmas e umas com as outras. Boa parte da população passou a evitar lugares fechados e a despender mais tempo em casa, muitas vezes entretida com o uso de equipamentos eletrônicos, como smartphones, computadores e tablets. E é neste uso desenfreado que mora um perigo: a famosa luz azul.

Antes de tudo, é preciso entender que a luz azul não está presente apenas em dispositivos eletrônicos, podendo ser encontrada até mesmo na luz do sol. A luminosidade do sol, por exemplo, é formada por uma gama de luzes azul, vermelha, laranja, amarela, verde e violeta, sendo que a mistura de todas essas cores gera a luz branca, visível a olho nu. A luz azul propriamente dita faz parte do espectro da luz branca, podendo ser dividida em dois tipos: a luz azul turquesa (que pode oferecer benefícios à saúde) e a luz azul violeta (que pode prejudicar a saúde e o bem-estar dos seres humanos).

A luz azul turquesa, que pode ser encontrada nos raios solares, contribui para a produção natural de vitamina D, composto importante na regulação de cálcio e fósforo do corpo, além de auxiliar na prevenção de algumas doenças. Ela também ajuda na manutenção de um ciclo de sono saudável, além de aumentar a produção do hormônio serotonina, responsável pela sensação de felicidade e bem-estar.

Já a luz azul violeta é geralmente encontrada em aparelhos eletrônicos, como smartphones, computadores, tablets, televisores e até mesmo em lâmpadas de LED. Esse raio de luz pode interferir na produção do hormônio melatonina, responsável pela regulagem do ciclo do sono. Desta forma, pessoas que passam muito tempo em contato com dispositivos eletrônicos podem apresentar insônia e outros distúrbios do sono.

Além disso, a alta exposição à luz azul violeta também pode ser nociva à saúde ocular e do organismo como um todo, uma vez que há indícios que ela também afeta as camadas mais profundas dos olhos, como o cristalino e a córnea, a partir da emissão de raios UVA e UVB. A fadiga ocular é um dos sintomas mais frequentes em quem passa muito tempo conectado, apresentando dores de cabeça, lacrimejamento, ardência, visão embaçada, entre outros.

De acordo com um estudo realizado pela empresa NordVPN, os brasileiros passam cerca de 91 horas por semana na internet, o que – em termos absolutos – resulta em 41 anos, ou o equivalente a 54% do tempo de vida médio da população do país, que é de 75,9 anos. Os dados são ainda mais alarmantes quando olhamos para a população jovem. Segundo uma pesquisa da McAfee, os adolescentes e pré-adolescentes brasileiros são os que mais passam tempo conectados ao celular no mundo, com uma taxa de uso de 96%.

Esse contato constante com os aparelhos eletrônicos é a principal fonte de distúrbios na visão causados pela luz azul violeta. Outro levantamento, conduzido pela American Optometric Association – AOA (Associação Americana de Optometria), mostra que entre todas as queixas de saúde, aquelas relacionadas à visão são as mais frequentes para aqueles que trabalham ou passam muito tempo na frente do computador.

Desta forma, é importante que as pessoas procurem formas de cuidar da saúde da visão, implementando hábitos que diminuam a incidência da luz azul nociva no dia a dia. Uma das melhores maneiras de fazer isso é por meio da utilização de óculos com adição de tratamentos contra essa luz prejudicial. Essas lentes, conhecidas por diferentes nomes, como Digital Comfort, por exemplo, foram criadas pensando nas pessoas que passam muito tempo na frente de computadores e celulares, já que filtram a luz azul violeta e a impedem de chegar até a retina.

Também é possível implementar o hábito de não usar dispositivos eletrônicos de 2 a 3 horas antes do horário de dormir, além de utilizar aplicativos que regulam a tela do smartphone, deixando-a em tons amarelados ou alaranjados. Assim, é preciso entender que a saúde da visão vai além de consultas regulares ao oftalmologista, sendo necessários cuidados diários com esse que é um dos sentidos mais importantes no corpo humano.

*Makoto Ikegame é CEO e Fundador da Lenscope, healthtech que vem revolucionando o mercado óptico brasileiro ao oferecer uma jornada 100% digital na aquisição de lentes para óculos em um processo simples, eficiente e muito funcional. A marca, que também é reconhecida por disponibilizar ao mercado brasileiro as lentes mais finas do mundo, utiliza Inteligência Artificial na oferta de produtos de qualidade superior, de forma acessível e cômoda, sem que o consumidor precise sair de casa.

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