Surto de Meningite requer medidas urgentes para contenção da doença
Vacinação é a forma mais eficaz de prevenção e deve ser realizada por todos, inclusive adolescentes e adultos
A cidade de São Paulo vem registrando nas últimas semanas diversos casos de meningite meningocócica do tipo C. A doença pode evoluir rapidamente para uma forma grave, se não diagnosticada e tratada precocemente.
Os diagnósticos foram feitos em bebês, adultos e idosos. Ou seja, é preciso atenção qualquer que seja a faixa etária.
Este não é o primeiro surto na cidade este ano. Segundo o Ministério da Saúde, em 2022 já são quase 6 mil casos e mais de 700 óbitos pela doença.
Por conta desta situação, o Ministério da Saúde ampliou de forma temporária a oferta de vacinas no país: adolescentes entre 11 e 14 anos, que ainda não receberam a vacina meningocócica ACWY (conjugada), têm recomendação de serem imunizados. Acima desta idade, as vacinas estão disponíveis na rede privada e, havendo possibilidade, devem ser tomadas.
A orientação é que a vacina seja administrada a todos os que não tenham tomado nenhuma dose ou reforço nos últimos 5 anos.
A decisão de ampliar o público para imunização está no fato de adolescentes e adultos jovens serem os principais responsáveis pela manutenção da circulação da doença no país, com elevadas taxas de detecção do meningococo em nasofaringe.
“A vacina desta população protege não apenas aqueles que estão se imunizando, mas também toda a população, reduzindo a circulação dos agentes causadores da Meningite”, explica o Dr. Daniel Lerario, clinico geral e endocrinologista, mestre e doutor pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp).
Na rede particular, é possível encontrar a vacina quadrivalente ACWY, que protege contra quatro sorogrupos de meningococos responsáveis pelas doenças meningocócicas: A, C, W e Y. Inclui, portanto, proteção contra a meningite meningocócica do tipo C, responsável pelo surto atualmente.
Meningite Meningocócica
A meningite é uma doença que mata e pode deixar graves sequelas, principalmente a bacteriana. A vacinação é a forma mais eficiente para proteger contra a doença e precisa ser realizada por toda a população, se possível, alerta o médico.
Segundo o Dr. Daniel, pelo fato de estarmos em uma situação de surto, adolescentes e adultos que não tenham tomado nenhum reforço nos últimos 5 anos, ou que não tenham a carteirinha de vacinação, devem se vacinar por prudência.
A meningite meningogócica é transmitida por um grupo de bactérias chamadas meningococos, que provocam uma inflamação na meninge, que é a membrana que envolve o cérebro e a medula espinhal.
Há diversos tipos de meningites, que podem ser causadas por fungos, vírus ou outros tipos de bactérias. As bacterianas, como a que vem se espalhando pela cidade, são em geral as mais preocupantes e têm transmissão por via respiratória, ou seja, de pessoa para pessoa, por meio das gotículas e secreções do nariz e da garganta, eliminadas por tosse, espirro ou até mesmo pela fala.
Outros tipos de meningite podem ser transmitidas por contato entre pessoas e objetos infectados, pelos alimentos ou por picada de inseto.
Sintomas e diagnóstico
É sempre importante estar atento aos sintomas e procurar atendimento médico em caso de dúvidas. A meningite pode evoluir rapidamente para quadros mais graves, deixando sequelas neurológicas, auditivas e dores crônicas se não houver atendimento médico o quanto antes.
Os primeiros sinais são, em geral, febre, dor no corpo, dor de cabeça, vômito, aparecimento de manchas na pele e rigidez na nuca. Há variação dos sintomas conforme a idade do paciente.
Para confirmar o diagnóstico, após avaliação física, serão indicados exames laboratoriais. O tratamento é feito por meio de antibióticos e outros medicamentos para alívio dos sintomas.