Como os heróis influenciam na formação de uma criança

Cristiano Zanetta, o Batman do Brasil, conheceu o personagem aos 6 anos de idade e se espelha no homem morcego para realizar trabalhos sociais

É comum que muitas crianças tenham como ídolo seu super-herói favorito. Essa identificação, muitas vezes, vai além da vontade de usar sua fantasia. A relação de influência desses personagens se transforma em algo 100% positivo, já que, geralmente, eles são vistos como pessoas especiais, que lutam a favor do bem e contra o mal.

Esse trabalho com heróis estimula outros pontos importantes ainda na infância, como vencer seus medos, coragem para enfrentar desafios, ser forte na resolução de problemas e proteger os que precisam. Como grande exemplo disso, Cristiano Zanetta, 43 anos, mais conhecido como o Batman do Brasil, traz em sua história uma bagagem repleta de dificuldades, empatia e heroísmo, que se estende até os dias de hoje.

Além de ter sido diagnosticado com dislexia e TDAH, aos 6 anos de idade, Cristiano presenciou um incêndio em sua casa, onde estava acompanhado de suas duas irmãs, uma de 5 e outra de 1 ano. Mesmo com a intensidade do fogo, Cris não desistiu e tentava derrubar a porta, com socos e chutes, para salvar sua família, que por sorte, foi resgatada em seguida.

“Nessa época, eu adorava o super-homem, mas eu acabei ficando frustrado pela situação e diante disso, não acreditava mais em heróis e comecei a fazer desenhos e a pintar tudo de vermelho e preto, foi quando iniciei minha terapia e a psicóloga me apresentou o Batman. Ela me contou que o Batman é um herói que não tem superpoderes e então, ele começou a se tornar minha fonte de inspiração”, lembra Zanetta.

Na relação de crianças com os heróis é possível plantar algumas sementes importantes como as atitudes, valores, ética, empatia e coragem que fazem com que os pequenos carreguem isso ao longo da vida. Ainda na infância, eles ainda começam a processar emoções e sentimentos por meio da fantasia e imaginação que muitas vezes, perduram por longos anos.

Nas sessões de psicoterapia, Cris foi percebendo que o homem morcego, apesar da infância difícil depois de perder os pais em um assalto, é um ser humano repleto de empatia e bondade, o que o influenciou a continuar se espelhando no personagem, dessa vez, em ato heroico com um único poder: a solidariedade.

“Ao passar pelos três intensos cânceres do meu pai, eu prometi que levaria esperança para pacientes em tratamento contra o câncer dentro de hospitais”, comenta. Há 15 anos ele realiza trabalhos sociais com crianças, jovens e adultos em tratamento e passando pelo estágio da depressão, no qual, geralmente, nesse período, os pacientes não comem, não falam e até não andam e é nessa etapa que o Cris entra em ação.

Divulgação/ Arquivo pessoal

“No início do meu trabalho não foi nada fácil e como o Batman quebra regras então, nessa época, eu precisava entrar escondido nos hospitais pois achavam que minha roupa poderia assustar as crianças, mas foi muito pelo contrário”, completa Zanetta.

Atualmente, Cristiano continua com seus trabalhos sociais pelo País que, inclusive, os hospitais permitem o acesso dele até em lugares restritos para visitantes, pela tamanha importância do seu trabalho. Em paralelo, é palestrante corporativo e aborda assuntos como liderança, vendas, motivação e comportamento.

Pelo respeito com a imagem do Batman, Cris inclusive, foi reconhecido pela Warner Bros. “Incentivar esses pacientes a não desistirem dos tratamentos e continuar zelando e respeitando a imagem do Batman faz parte do meu legado”, finaliza.

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