Queda na vacinação contra a poliomielite aumenta o risco de volta da doença

Segundo dados do Ministério da Saúde, o país não atingiu nem 50% do seu público-alvo de vacinação neste ano; Campanha nacional de imunização vai até dia 9 de setembro

Na reta final da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e Multivacinação de 2022, que vai até a próxima sexta-feira, 9 de setembro, o Hospital Bom Pastor, referência em pediatria na região de Guajará-Mirim (RO), alerta para a importância da vacinação das crianças menores de cinco anos de idade.

Segundo os últimos dados de divulgação do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde, a cobertura vacinal contra a poliomielite no Brasil ainda não atingiu 50% do público-alvo neste ano. O dado é preocupante pois esta é a única estratégia de prevenção da doença, que pode causar paralisia grave e até a morte.

A poliomielite, também conhecida como pólio, é uma doença altamente contagiosa, causada por um vírus. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), em 1 a cada 200 casos, o vírus afeta o sistema nervoso, causando paralisia irreversível. Em 1994, o Brasil recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS) o certificado de eliminação da pólio, porém a baixa cobertura vacinal acende o alerta para a volta da doença.

“Nos casos mais graves, a pólio também pode afetar os músculos responsáveis pela respiração, levando o paciente a depender da utilização de respiradores para sobreviver. É válido lembrar que crianças com menos de cinco anos são o público mais atingido pela poliomielite e a única forma de prevenção é a vacinação, disponível na rede pública de todo o país”, ressalta Juan Carlos Boado, médico e diretor Técnico do Bom Pastor.

A unidade, própria da Pró-Saúde, é referência em pediatria, obstetrícia, clínica médica e cirúrgica em uma região remota do Brasil, prestando atendimento para mais de 50 aldeias na região de Guajará-Mirim, em Rondônia. O município também apresenta dados preocupantes de cobertura vacinal total, já que, de acordo com o DATASUS, atingiu apenas 21,07% até o fim de agosto.

Vacinas disponíveis

O SUS (Sistema Único de Saúde) oferece gratuitamente duas vacinas diferentes para a imunização da pólio. Ambas são importantes para proteção, mas devem ser administradas em períodos distintos, confira:

1.   Vacina Inativada Poliomielite (VIP): A princípio, a vacina inativada é administrada em três doses, cada uma destinada a crianças de dois, quatro e seis meses, nessa ordem.

2.   Vacina Oral Poliomielite (VOP): O reforço da proteção contra a doença é aplicado com duas doses da vacina atenuada – em gotas – para crianças de 15 meses a 4 anos de idade.

Juan Carlos explica que bater as metas de vacinação é importante pois quando a população está com baixa cobertura vacinal, o risco de mutação do vírus aumenta à medida que é transmitido de pessoa para pessoa, dando origem a novas cepas.

“A pandemia da covid-19 deixou muito claro para o mundo a importância da vacinação. Manter a carteirinha de imunização atualizada significa muito mais do que se proteger, significa proteger uma população inteira”, enfatiza o diretor. De acordo com a OPAS, enquanto houver uma criança infectada, crianças de todos os países correm o risco de contrair a poliomielite.

A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e Multivacinação de 2022 acontece em aproximadamente 40 mil postos de vacinação em todo o país, com aplicação de doses das 18 vacinas que compõem o Calendário Nacional de Vacinação da criança e do adolescente, entre elas a Tetraviral, Febre Amarela e Hepatite A e B.

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