Médico do ICF lança livro onde relata uma década de transplantes no Paraná
Dr. Fabio Silveira, cirurgião do aparelho digestivo e membro do ICF – Instituto para Cuidado do Fígado, em coautoria com a Dra. Arlene Terezinha Cagol Badoch, médica coordenadora do Sistema Estadual de Transplante do Paraná no período de 2011-2021, acabam de realizar um sonho: lançar um livro que conta a história da revolução da doação de órgãos no Paraná.
“Saia da zona de conforto: história da década paranaense na doação de órgãos para transplante” é o relato de sucesso do programa de doação de órgãos e tecidos para transplante no período de 2011 a 2020 no estado do Paraná. O livro foi lançado no mercado nacional pela Editora Telha e, no exterior, pela renomada editora Springer.
Vale destacar que, na última década, o Estado do Paraná passou por uma reformulação do Sistema Estadual de Transplantes e sob todas as métricas de qualidade o Estado galgou destaque nacional e internacional. Alcançou uma taxa de 47,7 doações efetivas por milhão de população (pmp), com desempenho superior a países como os Estados Unidos (33,3/pmp), Canadá (21,9/pmp), Portugal (33,6/pmp) e Croácia (41,2/pmp).
Ou seja, em números absolutos, o Brasil é o 2º maior transplantador do mundo, atrás apenas dos EUA. Sendo assim, podemos afirmar que o Brasil é referência em transplantes e apresenta o maior sistema público de transplantes do mundo. Cerca de 96% dos procedimentos realizados em todo o país são financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A rede pública de saúde fornece aos pacientes assistência integral e gratuita, incluindo exames preparatórios, cirurgia, acompanhamento e medicamentos pós-transplante. E é justamente esse olhar, de quem vivencia essa realidade diariamente, que encontramos nessa obra literária.
“Viver diariamente a realidade entre o linear da vida e da morte, quando tantas famílias no Paraná mesmo vivendo a dor do luto, conseguem respeitar o pedido do ente querido e dizem SIM para a doação, faz com que a gente consiga criar uma obra dessa importância e que ela chegue para muito mais pessoas. Só quem vive essa realidade sabe quão difícil é ver pessoas na fila de espera e ainda tantos órgãos que poderiam salvar vidas se perderem por falta de conhecimento”, pondera Dr. Silveira.
Neste relato cabe ainda mostrar que o sistema paranaense possui algumas características únicas em relação a todos os seus pares em caráter nacional e internacional. Ao realizarem a análise dessa década, os doutores foram capazes de demonstrar que o sucesso do sistema está atrelado ao fator humano, realizado por uma interação frutífera do poder público com o privado.
Em tempo, importante mostrar ainda que de acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), no Brasil, de cada oito potenciais doadores, apenas um é notificado, ou seja, enquanto em países como Espanha – referência mundial quando o assunto é transplante – são registrados perto de 40 por milhão, no Brasil essa taxa ainda não chega a 20 doadores para cada milhão de população. Diversos fatores contribuem para que esses números ainda sejam baixos, e a possível falta de diálogo neste assunto, provavelmente seja um deles. Afinal, no país, para ser um doador de órgãos é preciso que a família esteja ciente desse “desejo”, uma vez que só um familiar pode autorizar a doação.
Para adquirir o livro acesse: https://abrir.link/GNGkg