Conviver é uma arte

por Jocely Burda

Muitos de nós circulamos por diversos ambientes e também procuramos por novos ambientes para que possamos nos sentir fortes e apoiados, destaco aqui que realmente conviver é uma arte, pois buscamos aprovação e parceria para nossa vida.

Para elucidar o tema trago uma parábola “O Dilema do Porco-Espinho” que foi criada pelo filósofo alemão Arthur Schopenhauer, onde ele faz uma rápida reflexão da convivência humana e da vida em sociedade.

“Durante a era glacial muitos animais morreram por causa do frio, pois não conseguiram adaptar-se a esta situação.
Os porcos-espinhos, percebendo a situação se juntaram em grupos, para aquecerem-se, assim conseguiram sobreviver, mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que ofereciam mais calor.

Não aguentando as feridas que os outros lhe causavam, eles se afastaram, mas ao perceber que a morte os rondava, precisaram fazer uma escolha: ou desapareciam da Terra ou aceitavam os espinhos dos companheiros.

Com sabedoria, decidiram voltar a ficar juntos, mas com mais cuidado. Então, encontraram uma distância segura. Logo, não machucavam mais uns aos outros. E assim, sobreviveram ao frio. Aprenderam assim a conviver com as pequenas feridas que a relação com os muito próximos podia causar, já que o mais importante era o calor do outro.”

Alguns pontos abordados no texto acima proporcionam reflexão e compreensão, como exemplo cito o entendimento do espinho de cada um de nós e qual ou quais as espinhosas ações que temos em cada ambiente por onde circulamos, pois neles emergem sentimentos, percepções, contradições, sofrimentos e nos tiram de zonas de conforto.

Sabemos que para conviver em harmonia é necessário fazer conceções, ou seja, ouvir, compreender e ser empático, estas são as palavras de ordem na convivência.

Ninguém vive isolado e quando nos deparamos com um ambiente conflituoso buscamos por novos relacionamentos e interações para que possamos nos sentir fortalecidos. Os espinhos são nossas atitudes, a abertura e o respeito que dou aos outros, considerando a boa convivência nas nossas interações.

Buscar a proximidade é estabelecer conceções que nos fortalecem e nos movem para um novo caminho, mas se não o faço gero adoecimento e solidão, paradoxo e ambíguo da condição humana.

E o que fazer para encontrar o ponto de equilíbrio e sobreviver a tantas inquietações frente a tantos espinhos? Dialogar é uma forma saudável de retirar os espinhos e criar uma sensação de alívio levando a um convívio saudável e menos angustiante, isso resulta no equilíbrio assim permitindo que todos sejam ouvidos e respeitados.

Vale lembrar que o bom convívio é aquele que aprendemos a entender e viver com os defeitos uns dos outros e valorizamos as qualidades e não aquele que forçamos as nossas regras.

*Jocely Burda, psicóloga e especialista em Gestão de RH

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