Pais acompanhantes: a profissão também é deles

Muitas pessoas atribuem a profissão de acompanhante apenas a mulheres. No entanto, a realidade é diferente, visto que homens também podem optar por seguir a carreira. Será que o estigma que sofrem é semelhante ao das mulheres no que diz respeito à paternidade, por exemplo? Para compreender melhor o universo dos acompanhantes masculinos e, especialmente dos que são pais, o Fatal Model, maior plataforma brasileira de anúncios de acompanhantes, realizou uma pesquisa com os cadastrados do site.

A maioria dos entrevistados se consideram heterossexuais, 78%, e são jovens também, 34% têm idade entre 26 a 33 anos. Os solteiros são os mais presentes, sendo 80%. E, mesmo que 66% dos respondentes não tenham filhos, há também aqueles que, além de tê-los, não fogem às suas responsabilidades com os pequenos, como Gael Henrique, que encontrou no ramo de acompanhante, não só a garantia de ter as contas pagas, mas também de trabalhar com o que gosta.

Pai de uma criança de sete anos e acompanhante há um ano e meio, entrou para a profissão logo após o divórcio e com o intuito de oferecer o melhor para a filha. “É uma profissão muito condenada e eu acredito que não é direito nosso julgar as pessoas pelas escolhas que fazem, é preciso saber o que está acontecendo, o porquê daquilo estar se passando na vida dela. Sempre tem aqueles que tentam te insultar de alguma forma, mas hoje em dia não me estresso, é o cotidiano e sigo fazendo o que acredito ser correto, especialmente para que minha filha receba tudo de melhor.”

Já Daniel é pai/padrasto de Gabriel Spec, acompanhante e embaixador do Fatal Model. “Quando descobri, foi um choque. Mas, ele começou por necessidade, para se manter sozinho. É preciso ter muito cuidado sempre, eu confio e apoio ele, sempre digo que desde que não esteja prejudicando ninguém, está tudo certo.”

Quando questionados se falariam abertamente sobre a profissão, 63,8% dos entrevistados da pesquisa disseram que sim. Sobre isso, Gael comenta: “não costumo falar qual é a minha profissão, já que sei que muitas pessoas são conservadoras. Mas, caso me perguntem, não tenho problema algum em dizer, muito menos vergonha, é daí que consigo manter minha vida.”

Daniel complementa: “Meu filho fala sobre o assunto abertamente, até mesmo para que o preconceito com a profissão vá diminuindo. Em momento algum pensei em virar as costas para o Gabriel, não é uma escolha de  carreira que vai fazer com que meu amor por ele mude ou que mude todos os ensinamentos que passei e sigo passando para ele.”

Para conferir a entrevista completa de Gael e Daniel, acesse o episódio do podcast Acompanhadas.