“A mulher precisa buscar o prazer, não devemos terceirizar algo essencial ao nosso bem-estar”

A empreendedora Tâmara Wink, acredita que é possível reduzir o gap de orgasmo nas relações heterossexuais, mas para isso precisamos descontruir o roteiro atual e criar outros.

Consistentemente estudos tem demonstrado que existe uma lacuna de orgasmo entre os gêneros, com homens experimentando orgasmo com mais frequência do que mulheres em encontros sexuais heterossexuais.

Uma pesquisa publicada na Springer Nature demonstrou que quando se masturbam, 95% das mulheres chegam ao orgasmo. Em primeiros encontros com outras mulheres, elas gozam 64% das vezes. Em primeiros encontros com homens elas gozam em apenas 7% das vezes.

“Os estudos mostram que o problema não é a inabilidade feminina em ter um orgasmo e sim nosso roteiro de sexo heterossexual: preliminares (apenas para deixar a mulher pronta para a relação sexual), relação sexual, orgasmo masculino e fim”, comenta Tâmara Wink, co-fundadora da Muito Prazer.Club, primeiro clube de assinatura voltado para o bem-estar e autoconhecimento sexual no país.

A empreendedora reforça que “seguimos” um roteiro onde muitas vezes entende-se que é o homem o responsável por dar à mulher um orgasmo durante a relação sexual, de uma única maneira – a penetração longa e duradoura.

A pesquisa também sugere que por conta deste roteiro as mulheres acabaram definindo um baixo padrão de relacionamento, se satisfazendo com a ausência de dor e orgasmo e mais preocupadas com a satisfação de seus parceiros do que com a sua.

Tudo por conta do roteiro. Soma-se a ele dois fatores culturais também contribuem à lacuna: a distração cognitiva das mulheres durante os encontros sexuais e a falta de educação sexual, já que muitas vezes o sexo é apresentado como perigoso em vez de prazeroso e os conteúdos sobre sexo são particularmente falhos na apresentação da anatomia genital externa das mulheres.

Como então reduzir este gap e mudar este cenário? Revendo os caminhos e conceitos das relações heterossexuais e estimulando mulheres e seus parceiros a experimentarem novas ferramentas e métodos enquanto se incentiva a comunicação entre eles.

“Esse é o objetivo da Muito Prazer.Club, através do envio de uma caixa mensal com um determinado número de produtos, estimula, de forma leve e em tom de presente e brincadeira, mulheres a trabalharem sua autoconfiança e autoestima, diminuído sua preocupação com aparência, a investirem no autoconhecimento e na masturbação, entendo como seus corpos respondem a estímulos e alcançam prazer, e apresentando produtos focados prazer e no erotismo que ajudam na criação de novos roteiros não baseado nas preliminares, relação sexual, orgasmo e fim”, explica Tâmara.

Para a OMS (Organização Mundial da Saúde), “a saúde sexual é fundamental para a saúde e bem-estar geral de indivíduos, casais e famílias, e para o desenvolvimento social e econômico de comunidades e países. E requer uma abordagem positiva e respeitosa para sexualidade e relações sexuais, bem como a possibilidade de ter experiências sexuais prazerosas e seguras, livres de coerção, discriminação e violência”.

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