Mães, bem-vindas ao trabalho!

Na contramão das estatísticas, construtora adota condições para garantir a permanência de mães no posto de trabalho. Levantamento da FGV aponta que cerca da metade das mulheres são demitidas em até 24 meses após a licença-maternidade

O momento da gravidez gera ansiedade e uma série de aflições para as mães. Além da preocupação natural com a própria saúde e a do filho, as mães ainda têm que lidar com as incertezas que envolvem o seu retorno ao trabalho. Segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), cerca da metade das mães são demitidas em até dois anos após o fim da licença-maternidade. O levantamento ainda ressalta que a maioria das demissões foram por iniciativa do empregador e sem justa causa.

O medo da demissão e a incerteza em relação ao futuro profissional após o parto levam muitas mães a pensarem sobre adiar o sonho da maternidade. Apesar desse cenário, algumas empresas têm adotado estratégias para passar mais segurança às mulheres e auxiliá-las no emprego. A GPL Incorporadora, por exemplo, adota uma política de flexibilização para que as mães possam dividir os cuidados da maternidade com o trabalho.

Atualmente, a empresa conta com 60 mulheres, sendo que 27 delas são mães. Além disso, 27% dessas mães tiveram filhos após a entrada na construtora. A analista de departamento pessoal, Priscilla Dourado de Araújo, foi uma delas. Em dezembro de 2020, ela teve uma filha e ficou de licença-maternidade até maio, retornando ao trabalho em junho de 2021. Após o retorno, ela conseguiu flexibilizar sua rotina de trabalho.

“Quando voltei da licença, conversei com a minha chefe para que eu pudesse trabalhar home office por alguns dias e fui prontamente atendida”, lembra Priscilla, que está há nove anos na construtora e diz nunca ter visto uma mãe ter sido demitida após o retorno da licença. “É muito importante contar com esse apoio porque os bebês também necessitam de cuidado e de muita atenção no primeiro ano de vida”, completa.

*Flexibilização*

Priscilla trabalhou em regime híbrido entre junho de 2021 e janeiro deste ano e, após passar por um período de férias, voltou ao regime presencial ao encontrar uma creche para a filha. “Foi muito importante conseguir alguns dias de home office porque conseguimos fazer uma transição até a minha filha se acostumar com a creche e eu conseguir voltar com mais confiança ao trabalho”, detalha a analista de departamento pessoal.

De acordo com a coordenadora de departamento pessoal, Gisele Ferreira de Andrade, a GPL Incorporadora segue essa política para proporcionar segurança e confiança às mães e às mulheres que pretendem realizar esse sonho. “Sabemos que é um momento em que elas precisam de apoio. Então, nunca houve dispensa provocada pela empresa por questões relativas à maternidade”, destaca a coordenadora.

Gisele ainda destaca que, além das obrigações legais, como a licença-maternidade, a empresa busca alternativas para proporcionar mais conforto para a mãe e o recém-nascido. Um exemplo é a possibilidade de conceder o período de férias logo após os 120 dias da licença para que a mãe possa cuidar por mais tempo da criança. “Em algumas situações, a funcionária pode negociar diretamente com o superior a possibilidade de trabalhar por meio de home office para facilitar o processo de transição e adaptação tanto da mãe quanto do bebê”, detalha a coordenadora de departamento pessoal.

Outra mãe que foi beneficiada por essa política de flexibilidade é a gerente de produtos, Deborah David Rios. Há três anos, ela deu à luz sua filha e passou a atuar em um regime de seis horas, sendo quatro presenciais e duas em home office. “Eu aproveitei os 120 dias da licença e ainda tinha um período de férias para tirar. Quando retornei ao trabalho, fiz uma rotina reduzida de trabalho até porque eu morava em Aparecida de Goiânia e precisava de mais tempo para fazer o deslocamento”, destaca Deborah.

Ela ainda ressalta que trabalha em um departamento em que a maioria das funcionárias são mães. “Atualmente, temos seis mulheres e apenas duas não são mães. A minha história e das demais mães na empresa servem como exemplo para as mulheres que têm o sonho de ser mães, já que elas podem ter a confiança e segurança de que a construtora vai ampará-las”, destaca Deborah. “Além disso, a empresa oferece todas as condições de apoio para as mães, como, por exemplo, a disponibilização de uma sala de reunião que pode ser usada para a ordenha, além de um freezer que também pode ser usado para armazenar o leite enquanto estiverem no trabalho”, completa.

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