Porque a menopausa causa tanto calor?

Ginecologista explica as dúvidas frequentes sobre essa condição feminina

A menopausa é um processo biológico que ocorre como parte do envelhecimento da mulher. É caracterizada pela interrupção fisiológica dos ciclos menstruais devido ao fim da secreção hormonal dos ovários. Corresponde à data da última menstruação em consequência de falência ovariana definitiva. O diagnóstico clínico é realizado apenas retrospectivamente após 12 meses consecutivos sem menstruação.

Os sintomas muito comuns neste período são as ondas de calor, conhecidas como “fogachos”. “Caracterizam-se pelo início súbito de um calor intenso, que começa no tórax e progride para o pescoço e face, e que se acompanha frequentemente de ansiedade, palpitações e sudorese”, explica a Dra. Bruna Merlo, Ginecologista da HAS Clínica.

As alterações do padrão do sono também são queixas muito comuns relatadas pelas pacientes, principalmente a insônia. Outros sintomas bastante comuns são:

  • Aumento de peso;
  • Ressecamento vulvovaginal;
  • Alterações do humor (nervosismo, irritação, tristeza profunda e mesmo depressão);
  • Redução da libido (desejo sexual).

“Com o fim da menstruação, há uma diminuição na produção dos hormônios sexuais femininos, o que pode resultar em uma série de mudanças no corpo da mulher, sentidas a curto, médio e longo prazos. A maioria das mulheres poderão apresentar alguns dos sintomas descritos acima durante esse período, contudo, aproximadamente 20 % das mulheres são assintomáticas” diz a Dra. Merlo.

Já o climatério é a fase da vida em que ocorre a transição do período reprodutivo ou fértil para o não reprodutivo, devido à diminuição dos hormônios sexuais produzidos pelos ovários. “Portanto, a menopausa é um evento dentro do climatério, e representa a última menstruação da vida da mulher”, completa a ginecologista da HAS Clínica.

Como parte dos esforços terapêuticos para a minimização dos sintomas e desconfortos gerados pela menopausa, está a terapia hormonal. Essa deve ser parte de uma estratégia global de tratamento, que inclui também recomendações para a modificação dos estilos de vida (dieta, e exercício físico) e deve ser individualizada e adaptada aos sintomas, bem como a história pessoal e familiar, e às preferências e expectativas da mulher. A terapia de reposição hormonal pode ser administrada na perimenopausa (período que antecede a menopausa), e na pós-menopausa.

Quanto aos exames de rotina da mulher para esse período, vale lembrar que a recomendação do Ministério da Saúde é que a mamografia de rotina deve ser feita entre os 50 e os 69 anos; e em relação ao exame de Papanicolau, o início da coleta deve ser aos 25 anos de idade para as mulheres que já tiveram atividade sexual, e devem seguir até os 64 anos, e serem interrompidos quando, após essa idade, as mulheres tiverem pelo menos dois exames negativos consecutivos nos últimos cinco anos.

A Dr. Bruna completa essa recomendação explicando que a idade que as pacientes costumam entrar no período de menopausa é entre os 45 a 55 anos, em média. “Assim, a decisão sobre a realização dos exames de mamografia, e Papanicolau deverá ser individualizada, e conversada com o médico ginecologista”.

Uma dúvida muito comum entre as mulheres é sobre a vida sexual nesse período. É possível sim ser sexualmente ativa após a menopausa, contudo, a queda na libido é uma queixa comum no climatério, pois, com a alteração dos níveis hormonais, é comum ocorrer a diminuição do desejo sexual.

“A recomendação é buscar atenção personalizada para cada caso e identificar corretamente as causas da baixa libido. Para o alívio dos sintomas da atrofia genital (ressecamento vaginal), por exemplo, existem tratamentos como o laser vaginal e os cremes hormonais. A fisioterapia pélvica é outra aliada quando o assunto é sexualidade, e reforço do assoalho pélvico”, finaliza a médica da HAS Clínica.

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