Conheça os malefícios dos ultraprocessados para a saúde

Por conta de diversas mudanças econômicas, a sociedade brasileira tem passado por mudanças através das décadas. Muitas delas evidenciaram as alterações no padrão de saúde e consumo alimentar da população. Entre os mais usufruídos no contexto mundial, estão os alimentos ultraprocessados, que, segundo estudos recentes, podem estar associados ao surgimento de doenças inflamatórias no intestino.

De acordo com a médica Leda Maria Delmondes Freitas Trindade, gastroenterologista e professora do curso de Medicina da Universidade Tiradentes (Unit Sergipe), é preciso entender a classificação dos alimentos antes de começar a utilizá-los com frequência. Ela explica que existem quatro categorias de alimentos: os In natura, os In natura minimamente processados, os processados e os ultraprocessados. “Para ser considerado um alimento processado ou ultraprocessado, eles necessitam sofrer alteração na sua composição nutricional. Os processados devem ser consumidos em pequena quantidade e como ingredientes de preparações culinárias, a exemplo das conservas de frutas, legumes, doces e queijos”, completa.

Já os ultraprocessados são extraídos de alimentos como óleos, farinhas, açúcar, amido e proteínas, passando ainda por um processo de industrialização, produção e distribuição, até serem consumidos. Leda cita como exemplo os biscoitos recheados, macarrão instantâneo, salgadinhos e refrigerantes. “Esses alimentos são obtidos através de produtos sintetizados, sendo utilizados fontes orgânicas como o carvão e petróleo. O fato de possuírem aroma, sabor, cor e textura tornam-se muitas vezes atraentes e práticos para o consumo de crianças e adultos”, reitera.

A médica relata que, nesse tipo de alimento, é obrigatória a presença de rótulos que indiquem seus ingredientes e que, em prol da saúde, eles precisam ser evitados por possuírem baixa composição nutricional, baixo teor de vitaminas, minerais e serem ricos em calorias, conservantes, sódio, gorduras e açúcares. “Vários estudos associam o aumento da morbidade e mortalidade cardiovascular aos alimentos ultraprocessados, como sendo um fator de risco alimentar, além de provocarem maior efeito aterogênico, modificação da microbiota intestinal, doenças inflamatórias, dentre elas a obesidade e intestinal, doença hepática gordurosa não alcoólica, aumento da Resistência à Insulina e Diabetes, hipertensão arterial sistêmica, doenças do coração e câncer entre outras”, alertou.

Desde 1960, estudos e publicações chamam a atenção para o consumo desenfreado de alimentos ultraprocessados e a sua associação com graves doenças. Por serem fáceis de transportar e feitos para serem consumidos em qualquer lugar e hora, eles são muitas vezes usados como forma de amenizar ansiedade, stress ou mesmo passar o tempo. Além disso, a escala de produção desenfreada desses alimentos afeta o ambiente, ameaçando a sustentabilidade do planeta, por eles serem considerados um produto não biodegradável.

Leda afirma que é muito comum vermos mães oferecendo alimentos ultraprocessados aos seus filhos por serem fáceis de encontrar e acessíveis financeiramente. “Poucas famílias se preocupam em oferecer alimentos in natura, principalmente em tempos de crises, onde esses alimentos se tornam caros e requer condições de conservação que, em muitos lares não possuem fogão e muito menos uma geladeira. Embora seja um privilégio de uma pequena parcela de brasileiros sentar-se à mesa para ingerir alimentos in natura ou minimamente processados, lembramos que o alimento feito em casa também é um privilégio para muitas famílias brasileiras, independente da classe socioeconômica. Olhar o rótulo das embalagens e fazer uma escolha consciente possibilita uma vida mais saudável”, orienta a professora.

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