Fetiche em ser corno? Conheça o cuckold, prática em que homens imploram para ver suas mulheres com outros

25 de abril é o Dia do corno; Data tem inspiração religiosa e no Sexlog mais de 80% dos cadastrados diz topar realizar a fantasia

O Dia do Corno é comemorado em 25 de abril. E, para quem não sabe, a data tem inspiração na igreja católica, mais precisamente na celebração a São Marcos, desde meados do século 18. Àquela época, os fiéis, em procissão, levavam ao altar do Santo uma coroa com um corno de animal na ponta. Na missa, os vigários coroavam os homens casados. Desde então, esse tem sido o dia da comemoração aos chifrudos, quer dizer, aos pobres maridos traídos.

Mas, voltando para o século 21, mais precisamente 2022, no Brasil, existe uma boa parcela da população que sente tesão em ser traído, hábito que é conhecido como o fetiche do cuckold. É tão comum, aliás, que uma pesquisa da maior rede social de sexo liberal do Brasil, o Sexlog, constatou que 80% dos entrevistados topariam realizar o fetiche sem nem pensar duas vezes, caso tivessem a oportunidade.

Na questão entre ser traído ou ser amante, a diferença é que  30% responderam que preferem ser o corno e 60% gostam mais de estar com a mulher alheia. E, falando no terceiro elemento, conhecidos como “comedores”, 35% revelaram preferir que o marido assista, enquanto 25% fazem questão da participação do marido no ato.

Sobre os maridos mais ousados, 67% disseram que gostam de registrar a própria esposa transando com outro. Mas, para que isso aconteça de forma confortável para ambos, é essencial ter cumplicidade e isso foi comprovado pela pesquisa, uma vez que 61% dos entrevistados optam pela opinião do parceiro(a) no momento de escolher o homem que será o terceiro elemento.

No quesito escolhas, os participantes da pesquisa garantiram que o corpo não é tudo. Afinal, 70% escolhem a terceira pessoa pela educação, 61%  dizem que é a simpatia que o essencial e 56% não negam que o  tamanho do pênis é o que tem mais peso na escolha. Enquanto isso, apenas 48% revelam que são os outros  atributos físicos que importam.

Quem é quem no fetiche?

Na dinâmica do casal que pratica o fetiche, existe a hotwife, a mulher que garante que os chifres aconteçam, e o corninho, o marido que sente prazer ao ver a esposa tendo relação sexual com outra pessoa. Sobre isso, um dado surpreendente apontou que o primeiro interesse no cuckold parte tanto do homem quanto da mulher.

Questionados sobre “quem teve interesse primeiro”, 50% apontaram que o interesse partiu da esposa, enquanto os outros 50% dizem ter vindo do marido. Sobre a participação dos corninhos, 63% das hotwifes responderam que preferem que eles participem, enquanto 51% prefere que eles apenas assistam, e 17% gostam apenas de contar depois como foi.

Os cornos pelo Brasil

Quando pensamos no fetiche em território nacional, o Distrito Federal (DF) foi o estado em que mais pessoas responderam que tinham conhecimento sobre o fetiche/termo cuckold, com 80% de respostas afirmativas. No entanto, foi no Pará onde foi registrado o maior índice de participação neste fetiche: 53% dos paraenses afirmaram que já estiveram envolvidos em uma atividade cuckold, ficando logo atrás do Rio de Janeiro e São Paulo, com 50%  e  46%, respectivamente.

No Rio Grande do Sul, 73% dos entrevistados já conheciam o fetiche antes de entrarem para o Sexlog e, ainda na região sul, Santa Catarina foi o estado em que 40% das parceiras tiveram mais dificuldade em aceitar o fetiche.

O Mato Grosso do Sul foi o lugar em que o cuckold era menos conhecido, apenas 65% sabiam sobre o que se tratava o assunto. Já no Rio de Janeiro, 19% das hotwifes têm mais autonomia para escolher quem participará do fetiche.

O que querem as mulheres

Para as mulheres, o que mais agrada no cuckold é o fato de ser desejada ” ser desejada pelos dois homens e me entregar apenas para quem eu quiser, enquanto o outro fica apenas olhando, não tem preço”, afirma uma das hotwifes entrevistadas. A premissa também é válida para o corno, “ver a minha esposa sendo desejada, mas eu a tenho a todo instante, enquanto o outro somente naquele momento. Ver ela gostando da situação e poder ver sem participar, como se eu fosse invisível ali, também é muito bom”.

Já para Mayumi Sato, CMO do Sexlog, a pesquisa reforça que os fetiches vão muito além da visão que muitas pessoas têm sobre o que é traição. “Como todos sabem, a forma de se relacionar mudou muito e hoje é possível discutirmos sobre diversos fetiches, conforme o acordo de cada casal. Existe algum problema se o homem gostar de ‘ser corno’, se for com consentimento e responsabilidade? São as reflexões que gostaríamos de propor com a pesquisa.”

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