Pseudotumor cerebral é mais incidente em mulheres jovens e adolescentes com excesso de peso

Doença possui os mesmos indícios de um câncer no cérebro, mas não há tumor. Sintomas vão de dores de cabeça recorrentes a perda de visão

A hipertensão intracraniana idiopática benigna, mais conhecida como pseudotumor cerebral, é uma doença que ocorre quando há uma maior pressão do sistema de líquidos de dentro do crânio, sem haver um tumor. O principal sintoma é a dor de cabeça frequente, podendo ocorrer náuseas e vômitos. A visão também pode ser afetada, podendo progredir para cegueira. A condição é muito frequente em adolescentes com excesso de peso e em mulheres jovens, atingindo uma taxa de 19 a 21 por 100 mil pessoas deste grupo. A principal condição associada à doença é a obesidade e uma das causas frequentes de pseudotumor cerebral é a trombose venosa cerebral, quando se forma um coágulo em uma veia do cérebro. Medicações como o excesso de vitamina A, tratamento com hormônio do crescimento (GH) e tetraciclina estão associadas à maior incidência da doença.

Para monitorar o nível de pressão intracraniana, esses pacientes costumam realizar um método invasivo de punção medular que pode causar sequelas e dores permanentes na região lombar. A boa notícia é que uma tecnologia 100% brasileira e pioneira no monitoramento não invasivo de variações de volume/pressão intracraniana, a brain4care, pode auxiliar para que essas punções não sejam necessárias, a depender da situação, além de auxiliar no diagnóstico e decisão de conduta do neurologista.

Uma pesquisa publicada no final de 2021 no periódico científico Surgical Neurology International realizou o monitoramento com a tecnologia brain4care em uma paciente de 7 anos com a doença e indicou que o método poderia reduzir a necessidade de abordagens invasivas, melhorando os resultados de saúde da paciente. De acordo com Gustavo Frigieri, diretor científico da brain4care e um dos autores do estudo, a expectativa é que essa tecnologia seja um novo sinal vital para a humanidade, se tornando tão comum como medir a pressão arterial nas triagens dos hospitais.

Outro desfecho positivo se deu com uma adolescente de 17 anos. A jovem tinha uma vida comum até sentir dores de cabeça incapacitantes, chegando a sofrer perda de visão temporária. Após inúmeros procedimentos invasivos e diagnósticos anteriores equivocados de rinite e sinusite, ela foi diagnosticada com pseudotumor cerebral. A tecnologia brain4care foi essencial, em associação com outros exames, para que o neurocirurgião Fernando Gomes Pinto pudesse decidir pela cirurgia no cérebro para inserir uma válvula que drena o líquor dentro do crânio, diminuindo assim a pressão e devolvendo a qualidade de vida à paciente.

Segundo a adolescente, o fato de não precisar da punção lombar para monitoramento do nível de hipertensão intracraniana já lhe trouxe grande alívio, pois as punções frequentes causaram sequelas e dores permanentes da região lombar. Ela continuará realizando os monitoramentos não invasivos, o que antes do sensor brasileiro, único no mundo, era impossível.

Referência bibliográfica

Thomas MD et al. Non-invasive intracranial pressure monitoring in idiopathic intracranial hypertension and lumbar puncture in pediatric patient: Case report. Sirurgical Neurology International, 2021. Disponível em: https://surgicalneurologyint.com/surgicalint-articles/non-invasive-intracranial-pressure-monitoring-in-idiopathic-intracranial-hypertension-and-lumbar-puncture-in-pediatric-patient-case-report/

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