Como a alimentação pode influenciar a qualidade do sono?

Hábito alimentar ruim e excesso de gordura corporal, especialmente no abdome e na região do pescoço, podem favorecer obstrução da via aérea, dificultando o sono restaurador

Há um mecanismo chamado ciclo circadiano, também conhecido por relógio biológico. É ele que regula o sono e o apetite, duas reações do organismo intimamente ligadas. Por isso, a alimentação pode ter sim influência direta no sono e o que se ingere durante o dia, principalmente antes de dormir, pode ter um papel muito importante para uma noite de sono de boa qualidade.1

“É necessário evitar, pelo menos duas horas antes de dormir, refeições volumosas e grandes quantidades de líquidos. Também alimentos de digestão lenta e gordurosos. Bebidas gaseificadas, cafeinadas, como café, chá preto ou verde. Além dos alimentos apimentados”, comenta Lunara da Silva Freitas, nutricionista, Doutora em Ciências pelo InCor/FMUSP e Professora da Faculdade Morgana Potrich, Mineiros-GO.

Lunara ainda explica: “A alimentação é fundamental para que tenhamos um sono mais saudável e, ao ignorar essa relação, estamos comprometendo de forma importante todo o funcionamento do nosso corpo. A princípio, temos uma relação importante a ser trabalhada: obesidade e sono. A obesidade apresenta múltiplas causas, é uma condição bastante complexa. Mas o que podemos de fato afirmar é que a obesidade pode, de forma direta ou indireta, comprometer a saúde do sono.” Apesar de não ser estabelecida uma relação causal, obesidade e privação de sono parecem estar relacionadas.2

“O hábito alimentar ruim e o excesso de gordura corporal, especialmente no abdome e na região do pescoço, podem reduzir o espaço de passagem do ar pelas vias aéreas, favorecendo distúrbios como por exemplo, a apneia obstrutiva do sono”3 completa a nutricionista.

Apesar da relação do sono com a má alimentação ser multifatorial, a apneia do sono é um distúrbio relacionado à piora da qualidade de vida e sono, além de problemas de saúde como hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares.4 A apneia deve ser investigada e tratada nos casos moderados e graves. No Brasil, estudo publicado em 2019 mostrou que a prevalência da apneia obstrutiva do sono em adultos entre as idades de 30 a 69 anos pode chegar a 49,7% da população, de acordo com uma das medidas utilizadas no estudo.5

Alguns sinais que podem indicar a presença do distúrbio são: ronco, cansaço diurno constante, dificuldade de concentração, dores de cabeça matinais, humor depressivo, falta de energia, esquecimento ou hábito constante de acordar para ir ao banheiro.6

Uma vez que a apneia do sono é diagnosticada, o tratamento mais comumente indicado é a adoção regular do CPAP (pressão positiva contínua nas vias aéreas).7 No Brasil, o tratamento para apneia pode ser realizado com equipamentos ResMed, líder mundial de soluções para o tratamento da condição. Pacientes podem acompanhar sua própria terapia com CPAP por um aplicativo gratuito e fácil de usar, chamado myAir™. O app fornece uma pontuação diária sobre como a pessoa dormiu e inclui vídeos e informações personalizadas de treinamento com base nos dados de terapia.  O uso de tecnologias para engajamento do paciente como o myAir demonstrou melhorar a adesão ao tratamento.8

Referências:

  1. org. 2021. Disponível em: https://www.sleep.org/five-surprising-foods-that-could-be-making-you-tired/
  2. Entrevista concedida a ResMed] em 06/12/2021. Vide também BMJ Open Sport & Exercise Medicine 2018;4:e000392
  3. Entrevista concedida a ResMed em 06/12/2021 Vide também 2012; 17(2): 223-36.
  4. Bonsignore MR e cols. Multidiscip Respir Med. 2019; 14:8. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30809382/
  5. Lancet Resp. Med. 2019; 7: 687-98.
  6. Disponível em: https://www.resmed.com.br/apneia/home
  7. J Clin. Sleep Med. 2019; 15(2):335-43.
  8. 2018; 153(4):843-50.

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