O poder das cores no nosso dia a dia

por Marcela Fabricio

A fascinação pelas cores vem de muitos séculos – os estudos sobre o tema podem ser encontrados desde a Grécia antiga, com Aristóteles, no século III a.C. E até hoje o assunto é recorrente em rodas de profissionais e no nosso dia a dia. Uma das dúvidas mais frequentes que que as pessoas têm neste sentido é sobre as combinações que dão certo, principalmente no quesito vestimenta. Será que azul e vermelho combinam? O que usar com uma peça marrom? Sapato nude é o mais indicado sempre ou é possível harmonizar cores nos pés? “Sim, azul combina com vermelho e dá uma boa bossa, se bem escolhidas as peças e a ocasião, é claro. O marrom, apesar de não muito amado por muitas pessoas, combina muito bem com peças cor de rosa, por exemplo. E nos pés, é perfeitamente possível e indicado usar cor, dependendo da proposta do look sempre”, afirma a especialista Marcela Fabrício. Marcela é administradora de empresas pós-graduada em Gestão de Empresas e Gerenciamento de Projetos pela FGV, especialista em Gestão Estratégica de Times e estrategista de Imagem Pessoal e Corporativa. Empresária, professora e mentora, é fundadora da MF Academy e referência na formação de profissionais da área da Imagem.

Segundo Marcela, para responder estas e muitas questões é preciso fazer muitos estudos sobre as cores e suas variações de tons, além de ter um bom feeling para compreender as inúmeras possibilidades de interações entre cores. “As pessoas têm muitas dúvidas que, às vezes, não estão relacionadas às cores, mas sim a outros assuntos pertinentes ao tema, como o contraste, por exemplo, que é a diferença de valores ou de profundidade das cores, o famoso claro e escuro. A primeira observação a ser feita sobre isso diz respeito, por exemplo, ao contraste natural, que é a diferença entre a cor do cabelo e a cor da pele”, explica. Neste caso, eles são classificados como baixo contraste, médio contraste e alto contraste, e para encontrar a resposta certa, basta tirar uma foto em preto e branco de uma pessoa. Percebendo tons muito diferentes nela, será um alto contraste; caso contrário, pode ser médio ou baixo contraste. “É preciso haver harmonia entre a pessoa e o look e, para isso, a cor não pode aparecer primeiro”, dá a dica Marcela.

A coordenação das cores em um mesmo look tem poder de comunicação importante e muito relevante, por isso utilizar harmoniosamente as cores é fundamental para alcançar o objetivo de imagem que a pessoa quer passar. Para isso, o Círculo Cromático serve como guia, uma referência para nortear as harmonias existentes. “Só não podemos nos esquecer de que ele serve apenas como base, já que existem muito mais cores no mundo do que as que estão nele”, garante Marcela.

 

Harmonia das cores

O primeiro ponto a ser discutido sobre harmonia diz respeito à harmonia complementar, a que ocorre quando se combina cores opostas na roda das cores. Esta harmonia funciona melhor se combinadas cores frias e quentes, como vermelho e azul. Já a harmonia complementar é intrinsecamente uma harmonia de contraste e transmite a mensagem de informalidade, ousadia e comunicação. Também é possível propor a harmonia complementar parcial, que consiste em tolerar que um universal (cinza, branco, preto, nude ou jeans) combina com outros tons. “Dependendo a forma como é composta a harmonia, ela pode cortar a silhueta. Neste caso, vale optar por uma cor dominante e outra destinada somente a pequenos toques em acessórios”¸ diz Marcela.

Já a harmonia análoga é formada por uma cor primária dominante e outras duas cores vizinhas na Roda das Cores usadas como adjacentes para enriquecer a combinação. A harmonia análoga é tão fácil de ser criada como a monocromática, no entanto, ela parece muito mais rica, desde que traga cores de contraste. “Ela não é tão vibrante como a harmonia de complementares e seu efeito comunica elegância, jovialidade e suavidade e pode ser intensificado caso as cores usadas sejam claras e suaves”, afirma a especialista.

Na harmonia monocromática, resultante de somente uma cor, as tonalidades podem mudar, ainda que todas fiquem na mesma matriz da Roda. Ela utiliza variações de luminosidade e saturação de uma mesma cor, é sóbria e confere sofisticação e elegância, além de alongar a silhueta. Para deixá-la mais vibrante, é preciso tomar cuidado na seleção de tecidos e texturas, combinando tudo com os acessórios para realçar a originalidade.

A harmonia equilateral, composta de uma cor quente e duas frias ou duas quentes e uma fria, pode ser considerada ainda mais dinâmica e contrastante. Recomenda-se uma cor dominante e duas nos detalhes. Por fim, a especialista lista a harmonia bicolor, que é composta pela presença de preto e branco em um mesmo look ou do preto e outra cor ou do branco e outra cor.

Sobre Marcela Fabricio

Administradora de empresas pós-graduada em Gestão de Empresas e Gerenciamento de Projetos pela FGV, Marcela Fabrício é especialista em gestão estratégica de times e estrategista de imagem pessoal e corporativa. Empresária, professora e mentora, Marcela é fundadora da MF Academy e referência na formação de profissionais da área da Imagem. É Instrutora Internacional em Inteligência Facial no Brasil e especialista em Morfopsicologia. Atual Diretora de Eventos da FIPI (Federação Internacional de Profissionais da Imagem ) com sede em Londres. Escritora e Coordenadora do livro Imagem e Estilo.

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